A forma como debatemos o efeito da subida dos juros na prestação da casa, o aumento das rendas ou o preço da energia dá a ideia de que estamos com incumprimentos generalizados nos bancos, senhorios sem receberem as rendas e as elétricas com faturas por cobrar. Uma pessoa que estivesse ainda em confinamento e usasse os queixumes como indicador da actividade económica, quando saísse de casa ficaria espantada com os engarrafamentos, a dificuldade em marcar um fim de semana fora de casa ou ir a um restaurante jantar.
O presidente do Santander, Pedro Castro Almeida, foi mais ilustrativo ou gráfico no que disse, mas realmente o conteúdo das suas afirmações não foi muito diferente do que já tinha dito o governador do Banco de Portugal Mário Centeno no início de Dezembro. Já lá vamos à parte do jantar, comecemos pelas confusões em matéria de quem está a ficar sobrecarregado com a prestação da casa.
Disse Mário Centeno, usando um estudo do Banco de Portugal: “é, de certo modo, um mito” que existam muitas famílias com baixos rendimentos e com crédito à habitação, limitam-se a 8,8%. E Pedro Castro Almeida foi no mesmo sentido: reconheceu que há problemas na classe baixa e média-baixa mas “isso não é um problema do crédito à habitação”.
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