Vivemos numa era de radicalismo crescente, onde o antagonismo contra quem pensa ou vive diferentemente ganha espaço no cenário político nacional e ao qual não são alheios o surgimento e a refundação de partidos que vieram para acrescentar lenha à fogueira da intolerância e endurecer o discurso de ódio. Estes partidos tornam claro que não vêm para dialogar, mas sim para desprezar e negligenciar a democracia.

É neste contexto que eu quero relevar o papel do Volt Portugal, um partido ainda jovem, mas que promete ser o “adulto na sala”. A resposta rápida e decisiva às declarações do líder do partido ADN, Bruno Fialho, em que este defendeu enviar deputados para o Tarrafal poderia ser esperada de qualquer partido com assento parlamentar, ou mesmo até do Presidente da Republica, dadas as exigências constitucionais, mas foi o Volt que reiterou que a democracia é inegociável, que através de uma ação no Tribunal Constitucional criou um alerta de que não bastam discursos bonitos e cravos ao peito no 25 de Abril. A democracia deve estar no centro da convivência politica todos os dias e é preciso cuidá-la para que floresça, pelo que considero que esta não foi uma ação extremada ou propagandística, tão pouco foi uma ação que venha a resultar na ilegalização do partido ADN, porém constitui uma chamada de atenção para todos aqueles que dão por garantidos os fundamentos da democracia.

É fundamental trazer a capacidade de diálogo novamente para o espectro politico e nesse campo o Volt tem muito a acrescentar. Com uma massa critica considerável, composta por jovens ambiciosos, bem formados, corajosos e assertivos, o partido está preparado para ter um papel mais ativo e construtivo num cenário politico mais equilibrado e verdadeiramente respeitador dos valores democráticos.

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