Nos últimos tempos, algumas forças políticas e alguns responsáveis com interesses no setor da Educação têm vindo a colocar na agenda mediática os (de)méritos do atual modelo de acesso ao ensino superior. A estratégia seguida não é tão inocente como pode parecer, especialmente por vir à boleia da discussão em torno de uma outra medida (errada, do meu ponto de vista) que o Ministério da Educação se prepara para implementar: a classificação da disciplina de Educação Física, no ensino secundário, passar a contar obrigatoriamente para cálculo da média final de curso de todos os alunos e, por essa via, vir a interferir na ordenação para acesso ao ensino superior.

A partir da troca de argumentos a favor e contra o facto de a Educação Física contar ou não para acesso, algumas individualidades e alguns representantes das Confederações de Associações de Pais e das Associações de dirigentes escolares, das escolas públicas e das escolas privadas, passaram a questionar o atual (e já muito experimentado) modelo de acesso ao ensino superior, colocando em causa a necessidade e o valor dos exames nacionais, estes sim, a verdadeira pedra no sapato de muitos pedagogos emergentes.

Várias são as questões que têm sido levantadas para colocar em causa o atual modelo de acesso. Desde o facto de os exames não serem o instrumento que melhor demonstra as “competências” dos alunos para ingressar em determinados cursos, passando pelo alegado “afunilamento” do currículo e pela “certeza” de que o trabalho das escolas se centra no “treino” dos alunos para os exames e não nas aprendizagens, até à alegação de que os exames causam muita perturbação emocional e ansiedade aos jovens… Enfim, temos ouvido de tudo um pouco.

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