Na passada sexta-feira, 10 de Maio, tive o grato privilégio de receber do Embaixador do Reino Unido em Lisboa, HE Christopher Sainty, uma muito honrosa distinção atribuída pela Coroa britânica. Tratando-se de um tema que tem alguma dimensão pessoal, hesitei bastante antes de decidir abordá-lo aqui. Mas existe uma dimensão mais vasta e mais funda que não posso, em consciência, deixar de referir. Trata-se de recordar aquilo que o Reino Unido tem representado na história política europeia e mundial.

Este tema tem sido por vezes obscurecido pela recente novela do “Brexit” — embora deva ser reconhecido que a hostilidade anti-britânica no continente europeu, e sobretudo em Portugal, tem sido até agora relativamente moderada. Em contrapartida, na nossa cultura política nacional, receio ter existido e continuar a existir  uma certa ambivalência em relação à nossa “relação especial” com o Reino Unido — uma relação que está na base da mais antiga aliança bilateral do mundo, consagrada no Tratado de Windsor de 1386.

Não se trata de ocultar ou de esquecer as tensões que a aliança luso-britânica certamente atravessou. Todas as relações enfrentam momentos menos felizes. Não seria de esperar que esses momentos não existissem numa relação com mais de 600 anos. O que é notável é que a aliança luso-britânica tenha sobrevivido durante tantos séculos, apesar das expectáveis tensões e momentos menos felizes.

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