Sábado passado, João Miguel Tavares andou lá perto e Miguel Sousa Tavares acertou em cheio no tema que eu pensara tratar hoje. Cada um de nós à nossa maneira, necessariamente! Com efeito, concordamos os três – e certamente muitos mais – que só há uma saída para encontrar soluções que abreviem o profundo sofrimento em que o país está mergulhado devido ao PS e aos seus numerosos cúmplices. Ao cabo de dez meses, está demonstrada a incapacidade do actual governo para gerir a pandemia e a recuperação sócio-económica!
Os exemplos diários de um país transformado num enorme hospital ambulante incapaz de dar conta da situação sanitária, bem como os indicadores do afundamento sócio-económico, são suficientes para concluir que o actual governo já não tem condições – se alguma vez as teve! – para lidar com esta catástrofe que deixará o país em muito pior situação do que Sócrates já o deixara há dez anos. É inútil enumerar uma vez mais os erros, hesitações e mudanças constantes do primeiro ministro e do seu pretenso Ministério da Saúde no que diz respeito à contenção do vírus e à salvaguarda dos nossos fracos meios sócio-económicos.
A recente tragédia dos fogos florestais repete-se numa escala incomparavelmente maior: a mesma má herança ambiental, a mesma impreparação, a mesma falta de meios e a mesma incapacidade de conter os danos humanos, sociais e económicos. E agora estamos a ver em que redundou a incompetência estrutural deste e de outros governos anteriores: Portugal bateu todos os recordes mundiais de contágios e de óbitos, ao mesmo tempo que tenta esconder o «excesso de mortalidade». De tal modo que as pessoas mais velhas estão a morrer em proporções tais que a nossa esperança de vida vai recuar trinta anos e não se sabe quanto tempo levará a recuperar!
Ora bem, perante este cenário tanto mais trágico quanto mais se prolonga no tempo e nada de seguro nos é garantido, só há uma solução política e ela não é constitucionalmente impossível. Houvesse consciência e firmeza! Conforme Sousa Tavares teve a coragem de propor, trata-se de pedir que o Presidente da República – de quem não sou eleitor – tome a iniciativa de demitir o actual governo ou, se preferirem, mandá-lo para casa descansar, pois pouca gente haverá que queira estar num lugar daqueles num país destes, substituindo-o durante o tempo necessário por um «gabinete de combate» a nomear pelo PR.
Em vez das centenas se não milhares de sonâmbulos que o PS pôs a fingir que governam o país entre a dívida crescente e a mortífera eutanásia, o «governo de salvação nacional» a propor pelo PR deveria ter meia-dúzia de ministros e outros tantos secretários de Estado para os apoiar – um primeiro ministro com as pastas da Pandemia & dos Negócios Estrangeiros, incluindo as Relações Europeias; Economia e Finanças; Saúde; Envelhecimento, Reformas e Segurança Social; Educação e Investigação; Administração Pública e Interior, etc. – quanto menos melhor! Entretanto, fechariam as dúzias de pseudo-ministérios e secretarias de Estado onde o PS empregou os seus militantes!
Pessoas competentes susceptíveis de participar por um tempo limitado em tal «gabinete de emergência» existem. Soubesse o PR chamá-las. Resta saber como obter a anuência do parlamento – não se pede o apoio partidário – e isolar a possível oposição que o actual 1.º ministro e os seus apoiantes tentarão, presumivelmente, opor à única solução para o problema dramático ao qual o PS arrastou o país inteiro, desde os profissionais de saúde às dezenas de milhar de idosos que jazem nos tais «lares», cujos óbitos constituem mais de 70% do topo visível do nosso «excesso de mortalidade». A DGS é a única autoridade sanitária europeia que esconde o «excesso de mortalidade»!
É esta a situação devastadora a que o PS e o seu governo nos levaram em comparação com todos os vizinhos europeus! Resta saber se o PR terá a coragem de apelar a todos os seus direitos constitucionais, assim como aos direitos políticos que lhe foram conferidos por mais de 2,5 milhões de eleitores, a fim de demitir o actual governo e solicitar o apoio maioritário do parlamento a um governo provisório susceptível de substituir o PS durante um período a determinar e eventualmente a renovar até o país se pôr de pé.
A decisão do parlamento pertencerá aos partidos que se assumem de extrema-esquerda: apoiar ou não o PS, caso este se negue a reconhecer publicamente a sua falência governamental perante a maior crise do país desde o fim da guerra colonial! Quanto às consequências político-partidárias da decisão que o PR venha eventualmente a assumir a este respeito, – poupar mais mortos e mais perdas sócio-económicas, – essas virão sem qualquer dúvida a marcar a cena nacional nos anos mais próximos!