Arrisco-me a dizer que a prática regular de atividade física é a garantia mais eficaz de melhoria da qualidade das nossas vidas. A Organização Mundial da Saúde reconhece que a atividade física reduz sintomas de depressão e de ansiedade, contribui para a prevenção de doenças cardiorrespiratórias, cancros e diabetes, aumentando as capacidades de aprendizagem, de reflexão e de julgamento, entre tantos outros benefícios para saúde física e mental.

No desporto há uma modalidade pela qual sou apaixonada: o ténis. É a terceira modalidade singular mais praticada no mundo e estudos recentes demonstram que o ténis está entre os desportos que mais aumentam a longevidade e a qualidade das nossas vidas.

O ténis é um catalisador do crescimento pessoal: enfrentar um adversário num court de 23,77 metros de comprimento por 8,23 metros de largura desenvolve habilidades técnicas e a liderança – que neste desporto é silenciosa –, a tomada de decisões rápidas e a responsabilidade individual. Acresce que o ténis se joga num ambiente que promove a ética, o companheirismo e o respeito pelos adversários, os árbitros, os apanha-bolas, os treinadores e o público.

Dito de outro modo, o ténis ‘edifica’ valores essenciais à sã convivência na sociedade, no trabalho ou em casa.

Quanto teríamos a ganhar enquanto coletividade se a prática regular do ténis fosse fomentada enquanto política pública dirigida ao desenvolvimento dos nossos filhos e netos, proporcionando-lhes lições para a vida que transcendem o que se passa no campo?

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Foi com a missão de desenvolver estas valências entre os mais jovens que a Vanguard Stars foi criada em 2018. Desde então, mais de 5 mil jovens atletas sub-10 e sub-11 competiram neste circuito internacional de ténis que já se jogou em Portugal, Espanha, França e Alemanha. Os números desta iniciativa demonstram que uma aposta estruturada que fomente a prática desportiva é apreciada pelas crianças e pré-adolescentes.

Portugal pode inspirar-se no exemplo espanhol, que fez esta aposta há mais de duas décadas. Precisamos de mais programas como o Vanguard Stars, em articulação com clubes desportivos e o poder local, para democratizarmos ainda mais o acesso ao ténis (e ao desporto), inspirando crianças de diversas origens e de níveis socioeconómicos. Fornecendo estas oportunidades e recursos, programas como este abrem caminho para uma nova geração de talentos desportivos, que serão os futuros líderes de amanhã. Porque o ténis é muito mais do que um desporto; é uma escola para a vida! Abraçando gradualmente este desporto, Portugal começa a colher os benefícios de uma juventude mais saudável, resiliente e preparada para liderar os (enormes) desafios do futuro – e, quem sabe, formar o próximo Carlos Moya, Juan Carlos Ferrero, Rafael Nadal ou Carlos Alcaraz português!

É, pois, necessário inverter a falta de instalações com qualidade, dimensão e serviços. Neste capítulo, a cidade de Lisboa poderia liderar pelo exemplo e apostar num verdadeiro centro desportivo da modalidade com o apoio de estruturas como a Vanguard Stars. Em Espanha há inúmeros exemplos de alianças desportivas entre o setor público e o setor privado que deram grandes resultados. Na Vanguard Stars, estamos preparados para dar todo o apoio necessário, assim exista um local para desenvolver um centro internacional de grande qualidade.