As vendas de vestuário de Portugal nos mercados externos foram as que evoluíram a um ritmo mais intenso durante os três primeiros trimestres de 2014, de acordo com os números divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), e produtos como calções de uso feminino estão entre os de maior sucesso. Quando medidas pela variação em comparação com o mesmo período de 2013, as exportações de vestuário aumentaram 11,2%, “enquanto a totalidade das exportações de bens cresceu 1%”.

O dinamismo do setor levou, também, a que o respetivo peso nas vendas totais para o exterior tenha aumentado de 5,3% de janeiro a setembro de 2013 para 5,9% durante este ano. T-shirts, camisolas interiores e artigos semelhantes de malha foram os produtos que lideraram a evolução positiva registada pelo INE, com a taxa de progressão dos negócios a fixar-se em 10,2%. O Instituto assinala que “este é tradicionalmente o principal tipo de vestuário exportado por Portugal”. Representou mais de 28% das exportações de vestuário nos três primeiros trimestres de 2014.

Houve outros segmentos que ajudaram a sustentar as vendas para os mercados externos. O INE destaca “camisolas e pulôveres, cardigans, coletes e artigos semelhantes, de malha”, bem como os “fatos de saia-casaco, conjuntos,
casacos, vestidos, saias, saias-calças, calças, jardineiras, calças curtas e calções, de uso feminino”. No primeiro caso, o crescimento foi de 21,0% e, no segundo, fixou-se em 13,7%. Mas os produtos para homem também seguiram a tendência. “Os fatos, conjuntos, casacos, calças, jardineiras, calças curtas e calções, de uso masculino continuaram a ser o segundo principal tipo de vestuário exportado”, assinala o INE, que salienta “as calças e calças curtas, de tecidos denominados denim, de uso masculino e as calças e calças curtas, de trabalho, de fibras sintéticas, de uso masculino”.

Espanha foi o país que mais comprou vestuário a Portugal, com uma taxa de crescimento de 16,2% de janeiro a setembro de 2014, um ritmo superior àquele que se verificou nas vendas para o conjunto dos parceiros de Portugal na União Europeia, que foi de 11,7%. O país vizinho foi responsável por mais de metade da subida das exportações destinadas aos mercados da União e absorveu mais de 39% das vendas de vestuário alcançadas no interior do mercado europeu. As empresas localizadas no norte de Portugal foi a que mais beneficiou do bom desempenho das vendas de vestuário ao exterior, ao assegurarem 85% do valor exportado do tipo de bens em causa.

Os dados gerais do comércio internacional divulgados pelo INE indicam que, no trimestre terminado em outubro, as exportações portuguesas aumentaram 4,1% em relação ao período decorrido entre agosto e outubro de 2013, enquanto as importações cresceram a um ritmo inferior, de 2%, com o défice da balança comercial a recuar mais de 190 milhões de euros. A taxa de cobertura das importações pelas exportações subiu ligeiramente para 80,8%, “o que corresponde a um acréscimo de 1,7 pontos percentuais”.

Na variação mensal homóloga, que compara outubro de 2014 com o mesmo mês do ano anterior, as exportações cresceram 9,4%, o que se ficou a dever ao comércio realizado com países situados fora da União Europeia, à custa, sobretudo, dos setores de veículos e outro material de transporte, bem como combustíveis e produtos agrícolas. Do lado das importações, registou-se uma subida de 1,2%, também devido aos mercados de fora da Europa. As compras a países da UE registaram uma diminuição, revelam os dados do INE.

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