A aposta da NASA para o futuro da exploração espacial tem nome: Valkyrie. Trata-se de um robô humanoide, que mede 1,82 metros de altura e pesa 132 quilos. O seu corpo é equipado com câmaras na cabeça, peito, braços, joelhos e pés, e conta com uma tecnologia que permite medir objetos remotamente. O objetivo de Valkyrie é auxiliar astronautas em futuras missões espaciais em Marte e na exploração de asteroides.

“A NASA está a contar com robôs para configurar e gerir instalações e equipamentos pré-instalados em missões espaciais antes da chegada dos astronautas”, explica Sasha Congiu Ellis, do Centro de Investigação Langley da NASA em entrevista publicada esta segunda-feira no site Astrowatch. “Os robôs  também são excelentes precursores para a realização de missões científicas à frente da exploração humana”, defende Ellis.

O desenvolvimento de Valkyrie, no entanto, tem sido lento e implica em tornar o robô humanoide mais ágil e autónomo. Para isto, a agência espacial americana conta com o apoio da Massachusetts Institute of Technology (MIT) e da Northeastern University de Boston. Em novembro de 2015, as instituições receberam dois modelos e uma compensação financeira anual de cerca de 230 mil euros para que possam produzir um software que melhore o robô em três áreas principais: controlo e planeamento de movimentos locomotores, controlo do movimento de agarrar objetos desconhecidos e interação homem-robô.

Segundo explica Taskin Padir, líder do grupo de trabalho da Northeastern University de Boston, os primeiros resultados do projeto serão vistos ainda este ano, durante o Space Robotics Challenge da NASA. “Esta será a nossa primeira experiência prática com este hardware. Vamos mostrar as lições aprendidas no DARPA Robotics Challenge [competição de robótica promovida anualmente pelo governo americano] para executar tarefas relevantes para futuras missões espaciais com Valkyrie”, conta Padir em declaração citada pelo Astrowatch.

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Sasha Ellis avança que os avanços realizados pelas universidades com o robô têm como objetivo a exploração de Marte. “Serão solicitadas às universidades selecionadas que executem tarefas como aquelas necessárias em uma missão a Marte”, relata. Os trabalhos que podem ser executados por um robô humanoide no planeta vermelho incluem a recolha de pedras e amostras de terra, conectar ou remover cabos de energia ou de comunicação localizados em curtas distâncias, caminhar sobre um terreno irregular e a reparação e substituição de equipamentos danificados.

“Ambientes espaciais extremos são perigosos para os seres humanos e os robôs são ideais para tarefas perigosas. A NASA já tem rovers [veículos não tripulados de locomoção terrestre] em Marte. Este é um esforço para dar um passo à frente na autonomia de robôs humanoides. Teremos uma melhor compreensão de quando e como podem ajudar em futuras missões de exploração espacial à medida que continuamos a nossa investigação e desenvolvimento neste domínio “, conclui Kadir.

Enquanto Valkyrie se prepara para ir ao espaço, a NASA divulga vídeos de como o robô aprende novos movimentos ainda nas instalações da agência. A última lição? Como dançar.