As ações do BPI voltaram à negociação esta quinta-feira em alta, segurando os fortes ganhos da sessão de quarta-feira – sessão em que dispararam mais de 10% e acabaram por ser suspensas. Confirmadas as negociações entre os espanhóis do CaixaBank e a angolana Isabel dos Santos, o regulador do mercado (a CMVM) levantou esta manhã a suspensão das ações e estas reabriam a subir mais de 4%. Contudo, ao cabo de uma hora de negociação, os títulos já sobem menos de 1%, para 1,19 euros.

O CaixaBank confirmou na quarta-feira que mantém contactos com o BPI e Isabel dos Santos para encontrar uma solução que resolva a situação de excesso de concentração de riscos em Angola. O banco catalão, que é o principal acionista da instituição portuguesa, acrescenta que os contactos com a Santoro, holding da empresária angolana que é acionista do BPI, “exploraram várias alternativas para alcançar uma solução para a referida situação que pudesse ser aceitável por todas as partes interessadas”. Mas até agora, ainda não se chegou a uma solução nesse sentido, acrescenta em comunicado. 

A mesma posição foi assumida por Isabel dos Santos que, no entanto, acrescenta estar a acompanhar “com preocupação a aproximação do termo do prazo fixado pelo Banco Central Europeu para adoção das medidas necessárias ao cumprimento do limite dos grandes riscos”. A Santoro clarifica que os contactos mantidos entre os principais acionistas têm como objetivo “encontrar uma solução equilibrada que ajuste os devidos interesses de todas as partes envolvidas”. Mas tanto quanto é do seu conhecimento, “não existe qualquer acordo”.

Em causa está a participação de 51% do BPI no Banco do Fomento Angola (BFA) e as novas regras para ponderar o risco ao mercado angolano impostas pelo Banco Central Europeu que decidiu excluir Angola da lista de países terceiros com regras equivalente às da União Europeia. O prazo para o banco português resolver o problema do BFA termina a 10 de abril, o que implica um acordo entre os dois maiores acionistas do BPI, o CaixaBank e Isabel dos Santos.

Em causa está a participação de 51% do BPI no Banco do Fomento Angola (BFA) e as novas regras para ponderar o risco ao mercado angolano impostas pelo Banco Central Europeu que decidiu excluir Angola da lista de países terceiros com regras equivalente às da União Europeia. O prazo para o banco português resolver o problema do BFA termina a 10 de abril, o que implica um acordo entre os dois maiores acionistas do BPI, o CaixaBank e Isabel dos Santos.

Os comunicados dos dois acionistas do banco português não confirmam, nem desmentem, que um dos cenários que estará em estudo é a compra da participação que Isabel dos Santos controla no BPI, de acordo com informações avançadas pela agência Bloomberg. Foi na sequência desta notícia que as ações do banco português dispararam na sessão desta quarta-feira, levando a Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a suspender a negociação até que fossem dados esclarecimentos.

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