Um sismo de 7,1 na escala de Richter abalou a Nova Zelândia ainda de madrugada, mas não foram registadas vítimas nem estragos de relevo. Segundo o site GeoNet, o epicentro fica no mar, a 130 quilómetros do nordeste do país e ocorreu a 55 quilómetros de profundidade. As réplicas continuam — já foram mais de 100 — mas as autoridades neozelandesas já descartaram o alerta tsunami.
O sismo foi sentido por volta das 4h37 locais (17h37 de Lisboa). 18 horas e 30 minutos antes já tinha havido um primeiro tremor de terra, com uma intensidade de 5,7 na escala de Richter. Foi registado na quinta-feira, às 10h04 locais (21h04 de Lisboa, ainda de quarta-feira) e também foi sentido na nordeste da Nova Zelândia.
Depois do sismo desta quinta-feira, as autoridades neozelandesas chegaram a declarar um alerta tsunami que na sua fase inicial abrangeu praticamente a totalidade da costa Este do país, depois de terem sido registada uma subida do mar nalgumas zonas da costa Este. Porém, quase quatro horas depois as autoridades neozelandesas cancelaram o alerta de tsunami, mantendo apenas o apelo à população para que evitasse as zonas costeiras. Segundo o GeoNet, têm sido registadas várias réplicas na mesma zona afetada pelo sismo, a maioria de intensidade “fraca” e “leve”.
Numa conta do Twitter que pertence à Civil Defence, foi feito um aviso claro à população para que não fosse para perto do mar: “As pessoas nas zonas de costa devem afastar-se da água. Afastem-se das praias e da costa”. Mais tarde, perante a continuação das réplicas, tornou a deixar recomendações aos cidadãos. Em caso de novo tremor de terra, devem deitar-se debaixo de um objeto robusto — idealmente, uma mesa — e a agarrá-lo.
Aftershocks are expected following today's 7.1m quake. Remember to drop, cover and hold. pic.twitter.com/43uPaXngcM
— MCDEM (@NZcivildefence) September 1, 2016
A localidade mais próxima do epicentro é Te Araroa, com cerca de 600 habitantes. Em declarações à Radio New Zealand, Aomihi Cook, que vive em de Te Araroa, contou como viveu o momento em que sentiu o tremor de terra. “Olhei para o relógio, eram 4h38, a casa abanou como tudo. Foi o [sismo] mais assustador que alguma vez senti”, disse. Neste momento, juntamente com várias pessoas daquela localidade que saíram de casa, está numa colina, para onde fugiu com o marido. Com um humor invulgar para uma situação deste calibre, disse que o cão ficou em casa, apesar de ter tentado que ele saísse. “Fui ter com o meu cão, mas ele não se quis mexer, e eu disse ‘bom, podes ficar aí, eu vou para a colina!'”, disse. “Ele estava a dormir!”
Outro habitante de Te Araroa disse à Radio New Zealand que se sente “aliviado”, depois do “choque” inicial. Também referiu que não havia estragos visíveis em propriedade, “mas ainda é cedo falar”. Ainda assim, refere que sentiu réplicas do sismo.
A cidade de maior dimensão que fica mais próxima do epicentro é Auckland (quase 1,4 milhões de habitantes), onde testemunhas no local dizem ter sentido o sismo e ainda algumas réplicas.
A Civil Defence de Auckland (órgão com funções análogas à Proteção Civil) escreveu na sua conta oficial de Twitter que “não acreditamos haver nenhum risco para Auckland”, mas disse que a situação ainda estava a ser avaliada.
We don't believe any threat to Auckland we are assessing information. MB https://t.co/39dMrA3nbR
— Auckland CDEM (@AucklandCDEM) September 1, 2016
Pouco tempo depois das primeiras notícias de um sismo naquela região, várias pessoas reagiram nas redes sociais, contando a sua experiência. A maior parte dos testemunhos partiram da cidade de Auckland.
Foi o caso de Simon Sminth, que pouco tempo depois do sismo de 7,1 escreveu: “Ainda estou a sentir réplicas”.
Still feeling aftershocks way up in the Waitakere Ranges in Auckland. #eqnz #earthquake
— Simon Smith (@WordSmithNZ) September 1, 2016
“O nosso hotel estava sem dúvida a abanar por volta das 4h45”, testemunhou Ògbẹ́ni Omoluabi.
Our hotel building was definitely vibrating at around 4:45AM. This is my 1st time experiencing such. #Earthquake #Auckland #NewZealand
— Ògbẹ́ni Omoluabi (@PrinceofSydney) September 1, 2016
Também houve quem desse conta de uma sirene a soar em Auckland, possivelmente devido ao risco de tsunami.
https://twitter.com/Ahhmandah/status/771411796183781376
Mas também houve quem não se tivesse apercebido do sismo. Foi o caso de de Steven Stowers, que escreveu no Twitter: “Terramoto? Não senti nada por aqui em Auckland”.
Earthquake? Didn't feel a thing personally here in Auckland #eqnz #besafeoutthere
— Steven Stowers (@StevenStowers) September 1, 2016
Por ocasião do sismo de 5,8 de intensidade que antecedeu o desta quinta-feira, a Earthquake Commission, autoridade governamental para situações de terramotos, aconselhou toda a gente a tomar medidas de precaução.
We hope everyone is okay up on the #eastcoast after that one. Take care of each other and remember the actions – drop, cover and hold #eqnz
— EarthquakeCommission (@EQCNZ) August 31, 2016
Artigo atualizado dia 2 de setembro às 6h50.