O presidente da região timorense de Oecusse-Ambeno, Mari Alkatiri, disse esta sexta-feira que o ferryboat construído na Figueira da Foz, que vai operar na costa norte do país, marca uma rotura com o isolamento daquele enclave.

O navio “Haksolok”, com capacidade para transportar 377 pessoas e 25 automóveis, foi lançado ao mar nos estaleiros da empresa portuguesa Atlanticeagle Shipbuilding, na Figueira da Foz, onde foi construído, numa cerimónia realizada esta tarde e que contou com responsáveis do concessionário e o bispo D. Ximenes Belo.

“Antes de tudo, representa o rompimento com o isolamento do enclave para poder comunicar com todos os outros municípios do país, fundamentalmente com a capital Díli e a outra ilha que é Ataúro”, disse Mari Alkatari, antigo primeiro-ministro de Timor Leste e atualmente presidente da Autoridade da Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno, enclave timorense em território indonésio.

O ‘ferryboat’, que representa um investimento de 13,3 milhões de euros, deve chegar no verão a Timor-Leste para ligar o enclave à capital Díli, a ilha de Ataúro e as principais localidades da costa norte do país, nomeadamente Pante Macassar, a mais povoada cidade daquela região.

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Para o presidente da região de Oecusse-Ambeno, a entrada em funcionamento do navio vai ter uma função económica bastante importante e representa o início de uma nova era em que “Timor se vira para o mar e faz do mar a maior via de comunicação de uma ilha”.

Não tenho dúvidas de que, em termos sociais, o impacto vai ser enorme. Este navio vai provocar um turismo doméstico muito forte entre as várias regiões, fundamentalmente entre os outros municípios e o enclave”, sublinhou Mari Alkatiri.

O antigo primeiro-ministro timorense salientou que a “economia do mar é importante para as ilhas, porque sendo um país pequeno, circular só dentro do território não faz economia de escala”.

O ‘ferryboat’ “Haksolok” (que significa “Felicidade” em tétum) tem 71,30 metros de comprimento e é a primeira embarcação de grande envergadura a sair nos últimos 15 anos dos antigos Estaleiros Navais do Mondego, concessionados à Atlanticeagle Shipbuilding, em 2012.