A Rússia anunciou esta quarta-feira que vai processar o ministro do Interior ucraniano, Arsen Avakov, pela organização de uma operação armada no leste do país “visando intencionalmente a morte de civis”, e pretende pedir um mandado internacional de prisão.

A decisão foi anunciada por uma comissão de inquérito que explicou que o ministro do Interior ucraniano e o governador da região de Dnipropetrovsk, Igor Kolomoïski, são acusados de terem levado a cabo “assassínios com recurso a meios e métodos de guerra ilegais, raptos e de terem obstruído o trabalho dos jornalistas”.

No comunicado da comissão de inquérito hoje divulgado, a Rússia acrescenta pretender aplicar “em breve” um mandado internacional de prisão contra os dois responsáveis visados.

O Presidente russo e o seu homólogo ucraniano discutiram na terça-feira um eventual cessar-fogo depois da morte de dois jornalistas russos durante o conflito entre o exército da Ucrânia e as milícias pró-Rússia, segundo fonte do Kremlin.

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“A conclusão de um possível cessar-fogo na zona de operações militares no sudeste da Ucrânia foi referida”, declarou a fonte do Kremlin, citada pela agência France Presse, no final das negociações entre Vladimir Putin e Petro Poroshenko.

Donetsk e a região vizinha de Lugansk declararam independência da Ucrânia a 11 de maio, depois de referendos cuja legitimidade é questionada por Kiev e pelos seus aliados ocidentais.

A ofensiva militar lançada pelo exército ucraniano a 13 de abril para recuperar o controlo do leste separatista, região industrial com uma população de sete milhões, provocou até ao momento mais de 370 mortos, entre civis e combatentes dos dois lados.

De acordo com as Nações Unidas, o número de deslocados na Ucrânia terá atingido os 34 mil, sendo que apenas 19 mil foram identificados por funcionários da organização internacional.