Já muito se escreveu sobre a ascensão e a queda da BlackBerry. A empresa que em tempos foi líder apresenta, atualmente, menos de um por cento da quota de mercado (0,8%), de acordo com o último relatório da International Data Corporation (IDC). E a situação só tende a piorar, de acordo com a IDC, que prevê que esse valor desça para 0,3 por cento em 2018. Mas a BlackBerry quer alterar esta situação e lançou na quarta-feira o Passport, um telemóvel com o ecrã quadrado, um misto de smartphone com tablet, com um teclado incluído.

Com o Passport, a BlackBerry espera reconquistar os fãs da marca, dirigindo-se diretamente ao seu público alvo: os homens de negócios. Para isso, desenvolveu um ecrã quadrado para ver e criar conteúdos, como os e-mails e documentos profissionais, escreve o Financial Times (FT). Neste ecrã é possível ver, com detalhe, uma folha de Excel ou um raio-X, segundo o mesmo jornal.

“Fomos guiados por uma ideia simples, mas desafiante: por de lado as limitações do design tradicional e construir um aparelho que muda a forma como os homens de negócios trabalham nos seus smartphones”, disse John Chen, diretor executivo da BlackBerry, citado pelo FT.

As críticas têm sido positivas, mas alguns analistas avisaram que este telemóvel pode ser um produto de nicho, mesmo dentro do público alvo das indústrias financeiras, governamentais e da saúde, segundo o mesmo jornal. Um analista da IDC, Francisco Jeronimo, citado pelo FT, prevê que o Passport dê início a uma mudança no mercado corporativo, ainda que isto não se deva traduzir num aumento da quota de mercado da BlackBerry.

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Este é o primeiro lançamento global da empresa desde que John Chen se tornou o diretor executivo, em novembro. Desde então, a BlackBerry deu início a uma estratégia de crescimento, com o objetivo de voltar a dar lucro no próximo ano fiscal.

Sobre o Passport, Chen deixou claro que não se trata de um telemóvel destinado ao mercado no qual a BlackBerry tem perdido quota nos últimos anos, devendo antes ocupar um lugar ao lado de outros serviços da empresa como o de software e de mensagens.