O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) criticou esta quinta-feira a intenção de “desenterrar o bafiento processo de privatização da TAP”, revelando “indignação” com alguns dos alegados pretendentes à compra da companhia aérea nacional.

Em comunicado, o Sitava (afeto à CGTP) reafirmou que se opõe à privatização, por ter “plena convicção de que Portugal necessita da TAP e que esta só pode cumprir o seu papel, se se mantiver na esfera pública e inteiramente ao serviço do país e da economia nacional, e não de interesses privados, por mais legítimos que estes possam ser”.

O Sitava revela “indignação” em relação aos candidatos a um relançamento da privatização da TAP que a imprensa tem divulgado, considerando que “a serem aceites como tal, tornaria o governo ainda mais irresponsável”.

Em relação ao empresário português Miguel Pais do Amaral, “tem uma história bem conhecida de comerciante de ações”, refere a estrutura sindical, acrescentando que “apenas se preocupa em apurar quanto ganha com o negócio, mesmo que para isso tenha que vender também a alma ao diabo”.

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Já o “seu sócio americano”, o antigo dono da Continental Airlines, Frank Lorenzo, é considerado “especulador bolsista”, que “tem como objetivo conseguir mais-valias nas suas negociatas ‘nos mercados'”.

Sobre o grupo espanhol Globalia, dono da Air Europa, o Sitava recorda a experiência com a empresa de ‘handling’ Groundforce, em que foi parceiro da TAP, que acabou por ter que “recomprar o capital que estava nas mãos da Globália, assumindo milhões de euros de prejuízo”.

“Os trabalhadores e o povo português estão atentos. O SITAVA, tudo fará para evitar que o Governo e os seus mandantes concretizem este atentado contra o país e a economia nacional”, concluem.

Na terça-feira, o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, disse que é “provável” que o Governo tome uma decisão até ao final do ano.

O governante acrescentou que, caso o processo de privatização da companhia aérea portuguesa avance, este irá contemplar os ativos e os passivos da empresa.