Foi a profissão que lhe trouxe reconhecimento e uma situação financeira estável, mas nem por isso Keira Knightley desejaria o mesmo para a filha, caso tivesse uma. A atriz admite, numa entrevista à revista Glamour, que aconselharia a filha a evitar uma carreira cinematográfica, porque o mundo da representação anda de mãos dadas com uma “rejeição de partir o coração” e o ideal seria uma opção profissional mais “estável” e “útil”. Como médica ou advogada.

Aos 29 anos, a atriz que alcançou o sucesso ainda em adolescente, com diversos êxitos de bilheteira no currículo, admite que nem sempre é fácil participar em audições e que muitos foram os contratempos. Casada com o músico James Righton, contou que preferia manter a (hipotética) filha longe da desilusão que está associada à fama. Mas não é de extremos: se essa fosse a vontade da criança, não o impediria.

“Imagino que se ela quisesse representar, eu não teria outra escolha, mas certamente que não o recomendaria (…) Consegue ser completamente devastador para a maior parte das pessoas que o faz [representar], porque a quantidade de rejeição é enorme. E não interessa o tipo de pessoa que se é (…) Mesmo que se seja muito bem-sucedida, passa-se na mesma por muita rejeição”.

Esta não é a primeira vez que Knightley fala sobre o assunto. Numa entrevista à Elle britânica, publicada em junho, a atriz repete as mesmas ideias e explica que o estrelato tem um forte potencial para a atrapalhar a juventude de uma pessoa. Em vez de takes sucessivos e holofotes ofuscantes, o conselho da artista é outro: ” Deve-se sair [à noite] e ficar incrivelmente bêbedo, passar por situações ridículas e cometer erros. É isso que aquele período na vida [juventude] representa e devemos fazer essas coisas em privado”.

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Voltando à recente entrevista dada à Glamour, Keira foi questionada sobre se a sua aparência seria ou não uma maldição: “Não acho que se possa dizer que é uma maldição. Seria estúpido da minha parte dizer que a aparência não desempenhou um papel importante na carreira, porque obviamente isso aconteceu. (…) Mas houve alguns papéis, se não mais, que não consegui por causa dela. Penso que isso equilibra as coisas”.

Keira é a pessoa que aos seis anos, depois de muito pedir aos pais, teve direito a um agente. A insistência deu frutos: passado um ano estreou-se como atriz em performances para a televisão britânica, mas a grande oportunidade chegou com os filmes Star Wars: Episódio I- A Ameaça FantasmaJoga como Beckham e Piratas das Caraíbas – A maldição do Pérola Negra. Já a performance em Orgulho e Preconceito, onde fez de Elizabeth, trouxe-lhe uma nomeação aos Óscares.

A chegar às três décadas de vida, que completa em março, a artista garante que não tem problemas em ficar mais velha até porque no início da vida adulta a diversão foi escassa. As coisas mudaram a partir dos 25 anos, quando deixou de considerar os que as pessoas pensavam dela. Apesar de levar uma vida agitada, e de ter crescido muito depressa, não há arrependimentos. “Não me arrependo. Não faria a minha vida de forma diferente”, contou na edição de julho da revista Elle.