Treze professores concentraram-se em Oeiras, à porta de casa do ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, numa vigília para exigir a sua demissão que obrigou à presença de um contingente policial. Com uma carrinha de intervenção e vários elementos policiais a guardarem a casa do ministro da Educação, a manifestação acabou por não ser tão manifesta como se previa e contou apenas com treze professores.

Um dos organizadores da iniciativa, José Oliveira, explicou à Lusa que muitos professores que se tinham comprometido com a adesão ao protesto tiveram “imprevistos” e não puderam comparecer. “O líder do sindicato [da Federação Nacional dos Professores, Mário Nogueira] também foi criticar esta vigília, a dizer que não era própria, e isso também não ajudou”, disse José Oliveira. Num impasse para decidirem se avançavam ou não com a vigília, os professores presentes acabaram por dar continuidade ao protesto e, uma hora depois do agendado – estava marcado para as 19h e só aconteceu às 20h -, concentraram-se à porta de Nuno Crato.

Com cartazes na mão, os professores recitaram algumas “quadras de escárnio”. “Você não passa de um estorvo numa sociedade educada” e “envergonhe-se do que faz, abandone o Ministério” foram algumas das frases entoadas pelo grupo. O grupo acusou ainda o ministro da Educação de colocar alunos sem aulas e professores sem escolas e que, por isso, deve demitir-se.

Nuno Crato foi ouvido esta quarta-feira no parlamento sobre o processo de colocação de professores, e disse que o Governo pediu ao Conselho Superior da Magistratura que designe um representante para uma comissão avaliar, junto das partes, eventuais compensações a professores lesados com erros nas colocações, que têm afetado o arranque do ano letivo, nas quatro últimas semanas.

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Em comunicado, a Fenprof interroga-se sobre que tipo de comissão se trata, e acrescenta que o ministro também não esclareceu como será feita a compensação de aulas aos alunos que continuam sem professor ou como serão compensados os docentes que já tinham sido colocados e que entretanto foram afastados. Tão pouco disse sobre questões como os problemas relacionados com a mobilidade interna, ou sobre os professores excluídos dos concursos por não terem realizado a Prova de Avaliação de Conhecimentos, adianta a Fenprof.

No parlamento, a oposição pediu, em bloco, a demissão do ministro e o grupo parlamentar do Bloco de Esquerda já pediu esclarecimentos ao Governo sobre se vai ser criado algum mecanismo de indemnização dos professores lesados, com base em que critérios e qual o calendário. A Federação Nacional da Educação, outro sindicato de professores, também defendeu que o Ministério tem de encontrar uma solução urgente para compensar os professores prejudicados.

A vigília em frente à casa do ministro foi convocada pelo Movimento Nacional de Professores – Boicote&Cerco.