“Nos dias 27, 28, 29 e 30 a TAP vai voar”, começou por dizer o ministro da Economia nas declarações que fez esta tarde aos jornalistas a respeito da desconvocação da greve na TAP. Segundo Pires de Lima, o acordo com nove dos 12 sindicatos foi conseguido através de “um único compromisso”: os sindicatos comprometem-se a deixar cair a greve e o Governo compromete-se a esperar até ao dia 15 de janeiro para aprovar o caderno de encargos sobre a privatização – documento que será influenciado pelas conclusões retiradas do grupo de trabalho.

Sobre os três sindicatos que ficaram de fora, Pires de Lima deixou um apelo: “desconvoquem a greve, que nós desconvocamos a requisição civil”. Para os restantes sindicatos que recuaram, a requisição cai naturalmente por terra. Em conjunto, os três sindicatos que mantém o pré-aviso de greve representam entre 40 a 50% dos trabalhadores da TAP.

A privatização de 66% da empresa não está em causa, sublinhou várias vezes o ministro da Economia, garantindo que as negociações que se seguem serão apenas sobre o caderno de encargos da privatização e não sobre a não-realização da mesma. O secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, foi o nome escolhido para liderar o grupo de trabalho com os sindicatos, que deverá apresentar o caderno de encargos até ao dia 13 de janeiro. A ideia é estar pronto para ser aprovado no conselho de ministros do dia 15.

“A privatização de 66% da TAP não está em causa, nem podia estar. Vai avançar. A TAP precisa de investimento para se modernizar e assegurar a sua continuidade no mercado exigente do transporte aéreo”, disse.

Os três sindicatos que resistiram ao braço de ferro – o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC), o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) e o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) – anunciaram esta terça-feira em comunicado que mantém o pré-aviso de greve mas que darão cumprimento à requisição civil decretada pelo Governo.

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“Deixo aqui um apelo aos três sindicatos que ainda ficaram de fora: não é tarde para se juntarem à negociação, desconvoquem a greve e nós desconvocaremos a requisição civil”

E apesar de os três sindicatos ainda representarem uma elevada percentagem dos trabalhadores da companhia aérea (entre 40 a 50%, segundo Pires de Lima), o ministro não acredita que isso irá “fazer mossa”, já que “os três que não desconvocaram a greve já deram nota de que iriam cumprir a requisição civil”.

Pires de Lima enalteceu ainda o “bom senso e o espírito negocial que prevaleceram” e que são um “ótimo presente de Natal” para os portugueses. “O radicalismo perdeu”, disse.