A escolha do investigador do Centro Interuniversitário de História das Ciências e Tecnologia ocorreu após um processo de recrutamento, que incluiu várias entrevistas e provas e um “workshop”.

Pedro Raposo disse à Lusa que o cargo de curador, com caráter permanente, será assumido logo que obtenha o visto. “O planetário quer que seja a 01 de fevereiro”, adiantou.

Na prática, explicou, vai gerir a coleção de instrumentos de astronomia, “uma das mais importantes do mundo”, que integra astrolábios e telescópios, “os mais antigos do continente americano”.

O novo curador propõe-se promover a investigação, facilitar o acesso do público à coleção, mediante exposições e plataformas digitais, e alargar o acervo, nomeadamente a instrumentos representativos da astronomia contemporânea.

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Inaugurado em 1930, o Planetário Adler é um centro científico que tem três salas de projeção, um grupo de investigação em astrofísica, um centro de imagem e visualização do espaço, um observatório e um instituto para a história da astronomia, o Webster Institute for the History of Astronomy, que tem a seu cargo a coleção de instrumentos, bem como de livros, mapas do céu, imagens e manuscritos com modelos do Cosmos.

Para 2015, o investigador tem previsto o lançamento do livro “O gigante da Tapada: Campos Rodrigues e o Observatório Astronómico de Lisboa” (OAL), uma biografia do astrónomo Campos Rodrigues, o segundo diretor do OAL, entre 1890 e 1919, e premiado em 1904 pela Academia de Ciências de Paris pela “grande precisão das observações astronómicas”.

A obra, acrescentou Pedro Raposo, aborda ainda “vários temas que se ligam com a atividade, a carreira” de Campos Rodrigues, como a uniformização da hora em Portugal.

O investigador está a fazer um pós-doutoramento no Centro Interuniversitário de História das Ciências e Tecnologia, da Universidade de Lisboa e da Universidade Nova de Lisboa, que se debruça sobre o desenvolvimento, em Portugal e nas antigas colónias, das ciências exatas ligadas à história da astronomia.