Um grupo de cientistas do Centro Harvard-Smithsonian para a Astrofísica nos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira a descoberta de oito novos planetas fora do Sistema Solar. Entre os novos planetas, encontram-se o Kepler-438b e o Kepler-442b que, segundo os pesquisadores, são os mais parecidos com a Terra encontrados até ao momento na história do estudo do espaço. O anúncio foi realizado num encontro da American Astronomical Society em Seattle.

“Não sabemos se algum destes planetas são realmente habitáveis, tudo o que podemos dizer é que são candidatos promissores”, afirmou David Kipping, um dos autores do estudo em conferência de imprensa.

O Kepler-438b tem um diâmetro 12% maior do que a Terra e uma probabilidade de 70% de ser rochoso, segundo os cientistas. O planeta realiza uma volta em torno da sua estrela em 35 dias e recebe 40% mais de luz que o nosso planeta. O Kepler-438b tem 70% de hipóteses de estar na zona habitável da sua estrela. Já o Kepler-442b é três vezes maior do que a Terra, tem 60% de hipóteses de ser rochoso e realiza a sua translação a cada 112 dias. Os cientistas não sabem se estes planetas têm atmosferas, mas caso estejam revestidos por camadas isolantes de gases, as suas temperaturas médias podem ser de cerca de 60 e 0 graus Celsius, respetivamente.

Estes três parâmetros são os fatores mais importantes para que os cientistas calculem a hipótese de um planta ser habitável: ser rochoso, que o seu tamanho seja próximo ao da Terra e que tenha uma temperatura suficiente para que a maior parte da sua água não congele ou se evapore.

Os oito novos planetas foram descobertos pelo telescópio Kepler e localizam-se numa zona conhecida como Goldilocks, zonas habitáveis no universo por reunirem um conjunto de constantes físicas universais dentro de um intervalo pequeno e que favorecem o desenvolvimento de vida. Antes desta descoberta, o exoplaneta mais parecido à Terra era o Kepler 186f, que é 10% maior que o nosso planeta e que recebe três vezes mais luz da sua estrela.

Os cientistas, no entanto, são conservadores sobre a possibilidade de chegar a Kepler-438b e Kepler-442b. Os dois planetas encontram-se a 470 e 1,000 anos-luz da Terra – um ano-luz equivale aproximadamente a 9.461.000.000.000 quilómetros.

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