O chefe da diplomacia jordana, Nasser Joudeh, criticou esta quarta-feira a nova publicação de caricaturas do profeta Maomé pelo jornal satírico francês Charlie Hebdo, o que levou a oposição islamita a exigir um pedido de “desculpas” à publicação.

“Nós fomos a França para expressar a nossa oposição ao extremismo, ao terrorismo e ao ódio, e para apoiar os muçulmanos. E o jornal Charlie Hebdo semeia de novo os grãos da discórdia”, escreveu Joudeh na sua conta na rede social Twitter. “Hoje, e ao contrário de domingo, muito poucos muçulmanos no mundo são Charlie”, acrescentou.

O rei Abdullah, da Jordânia, e a sua mulher, Rania, participaram com uma cinquentena de chefes de Estado e de governo, na marcha organizada no domingo em Paris, depois dos atentados perpetrados na semana anterior por islamitas, que causaram 20 mortos, entre os quais jornalistas do Charlie Hebdo, polícias e quatro clientes judeus de um supermercado judaica.

Na quarta-feira, milhões de exemplares de Charlie Hebdo foram difundidos com uma nova caricatura do profeta Maomé na capa, uma semana depois do ataque mortífero que dizimou a redação do jornal satírico francês e que foi reivindicado pela Al-Qaeda na Península Arábica.

O principal partido da oposição islamita na Jordânia, a Frente de Ação Islâmica (FAI), condenou em comunicado “a continuação dos ataques à pessoa do profeta Maomé pelo jornal francês”. Classificada de braço político da Irmandade Muçulmana na Jordânia, a FAI exigiu que a revista apresentasse desculpas por este “ataque deliberado”. No seu texto, a FAI acrescentou que “o ataque à pessoa do profeta é um ataque a todos os muçulmanos no mundo”.

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