O surfista brasileiro, Ricardo dos Santos, que na segunda-feira foi atingido por três tiros à porta de casa, morreu esta terça-feira no hospital regional de São José em Santa Catarina, no Brasil. “O atleta passou por quatro cirurgias no hospital regional de São José, mas perdeu muito sangue e não resistiu aos múltiplos ferimentos que atingiram o pulmão e o tórax”, refere o Globoesporte.

Ricardo dos Santos, que já disputou provas do circuito mundial, foi atingido na segunda-feira, à porta de casa, por três tiros — no abdómen e no toráx — tendo sido transportado para o hospital de helicóptero. De acordo com o Globoesporte, o surfista, de 24 anos, foi atingido por um polícia militar, que tinha o carro estacionado à sua porta e que, entretanto, já foi detido.

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Ricardo Santos, que ajudava o avô a reparar um cano à porta de casa, terá ido pedir satisfações ao polícia, depois de este se ter recusado a retirar o carro da frente da porta. Segundo o Globoesporte, o avô “pediu para que os dois homens retirassem o carro do local para que a reparação do cano pudesse continuar a ser feita. O policial terá recusado, e Ricardinho foi tirar satisfações, levando três tiros no tórax e abdómen”.

Interrogado pela polícia, o militar referiu que disparou em legítima defesa. “Ele alegou legítima defesa. Disse que a vítima teria tentado agredir e que ele teve que se defender”, disse Marcelo Arruda, responsável pela investigação, ao jornal Globo. Esta versão foi também confirmada pelo irmão do militar, que se encontrava no local no momento da discussão. À polícia, o menor de idade disse que a vítima tentou atacar o irmão com uma faca e que este reagiu para se defender. Contudo, de acordo com Arruda, não foi encontrada nenhuma faca no local. “São duas versões conflitantes”, referiu o polícia. “Uma parte alega que agiu em legítima defesa, que teria sido ameaçada antes, e a outra parte fala que foram feitos os disparos injustificados e que não houve nenhum tipo de agressão anterior que motivassem esses disparos”.

Ao Globo, Marcelo Arruda disse que será feita uma reconstituição, que permitirá perceber melhor o que aconteceu à porta de casa de Ricardinho. “Não vai demorar, porque como se trata de pessoa presa, o prazo é bem exíguo”, explicou, acrescentado que já foram ouvidas todas as testemunhas e que o inquérito deverá ficar incluído num prazo de dez dias.

Ricardo dos Santos era um dos surfistas estrangeiros escolhidos pelo público para participar no Allianz Capítulo Perfeito, competição que vai decorrer na praia de Carcavelos e cujo período de espera se prolonga até 15 de março.