O Turismo de Portugal comprou uma máquina para tirar “selfies” por 28.767 euros mais IVA – ou seja, mais de 35 mil euros. Trata-se de um SelfieMaton – nome do equipamento – que é utilizado em feiras, workshops e ações de promoção do país também no exterior.
Questionada pelo Observador a Lift Consulting – responsável pela assessoria do Turismo de Portugal – esclareceu que o “equipamento em causa não é apenas uma máquina de selfies”, embora seja essa a designação utilizada no contrato e que consta da base de dados base.gov.pt. Na verdade, a máquina “é um equipamento tecnológico com diversas funcionalidades e ferramentas de marketing digital e que se insere na estratégia de promoção online do Turismo de Portugal”, justifica a empresa.
E que funcionalidades são essas? O equipamento vai permitir “ao turista/utilizador tirar fotografias de alta definição com cenários ‘chroma’ de todas as regiões do país, imprimi-las em alta definição e colocá-las imediatamente nas redes sociais”, para depois partilhá-las “com as hashtags das campanhas do Turismo de Portugal”, explicou fonte da Lift Consulting.
O contrato foi assinado a 28 de julho 2014 entre o Turismo de Portugal e a empresa Vimar – Montagem de Stands, Lda.
Com este equipamento, o Turismo de Portugal vai também poder “armazenar os dados (nome, proveniência, e-mail e perfil de Facebook) de todos os utilizadores/turistas que utilizam a máquina para posterior contacto e utilização com ferramentas de marketing digital e, ao mesmo tempo, tornar viral um conjunto de mensagens e fotografias”.
“O objetivo do equipamento não se esgota assim na ação de tirar fotografias, que é neste caso instrumental, e produzirá efeitos muito mais eficazes e abrangentes junto da nossa procura do que as convencionais ações de marketing offline, onde se incluem, por exemplo, a distribuição de brochuras ou flyers promocionais”, garantiu fonte da empresa.
Quanto ao valor acordado entre o Turismo de Portugal e a Vimar (mais de 28 mil euros), a Lift sublinhou que este é “um investimento de três anos” e que a entidade pública pretende com este equipamento reduzir os recursos utilizado com as ferramentas de marketing tradicionais. Além disso, acrescentou, a aquisição da máquina era mais barata do que o seu aluguer. No portal sobre contratos públicos, no entanto, o prazo da execução que consta é de 60 dias.
“Este modelo de aquisição é mais barato do que o seu aluguer e permite uma utilização a todo o tempo durante o tempo de vida útil da máquina. Por outro lado, tendo em conta os custos de uma campanha de publicidade tradicional e os contactos e o potencial de prescrição que o Turismo de Portugal adquire com uma campanha digital deste tipo, estamos convencidos do retorno do investimento”.