Que os cães conseguem detetar diferentes emoções nos humanos, já se sabia. O que um artigo científico publicado este mês na Current Biology prova agora é que o melhor amigo do homem também consegue distinguir uma cara feliz de uma cara zangada. Não só dos donos, como também de estranhos.

O estudo de Corsin A. Müller, Kira Schmitt, Anjuli L.A. Barber e Ludwig Huber foi feito com 11 cães de diferentes raças e, de acordo com um dos coautores, Ludwig Huber, investigador no Messerli Research Institute da Universidade de Medicina Veterinária de Viena, os resultados não podem ser atribuídos ao acaso: 70 em cada 100 vezes, os cães identificaram a expressão facial certa.

Os animais foram treinados para conseguirem distinguir as expressões em 15 pares de fotografias e receberam biscoitos de cada vez que acertaram. Depois desse treino, para além das fotografias já conhecidas foram adicionadas imagens novas.

O que impressiona é que as imagens mostravam apenas partes do rosto, nomeadamente olhos e boca. Além disso, os cães conseguiram distinguir as expressões corretas em fotografias que lhes foram mostradas uma única vez. Verificou-se ainda que os animais treinados para reconhecerem caras felizes aprenderam mais depressa do que os treinados para identificarem expressões zangadas.

Uma das conclusões dos investigadores é que os cães usaram as memórias de emoções humanas reais para conseguirem executar as tarefas. E que a capacidade de distinguir as expressões pode estar dependente de uma interação exaustiva com humanos. Por isso, da próxima vez que achar que o seu cão se identificou com um sorriso ou com uma cara zangada, a ciência confirma que pode mesmo ser verdade.

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