A greve parcial do Metro de Lisboa marcada para os dias 16 e 18 de março vai manter-se, após a empresa ter desmarcado uma reunião com as organizações de trabalhadores, agendada para sexta-feira, disse fonte sindical.

Anabela Carvalheira, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), disse à agência Lusa que a greve se mantém “já que não há reunião” entre a empresa e os trabalhadores na sexta-feira.

Em comunicado, a Fectrans acusa a administração do Metro de Lisboa de não se preocupar com os trabalhadores e utentes e de não fazer “nenhum esforço para evitar novas lutas na empresa, que os trabalhadores não desejam”, demonstrando que “faz parte do problema e não da solução”.

Por sua vez, a empresa, em nota enviada à agência Lusa, informou que “a reunião foi desconvocada pelo Metropolitano de Lisboa porque os Sindicatos decidiram avançar com dois pré-avisos de greve, para os próximos dias 16 e 18 de março, quando já estava agendada uma reunião para dia 06 de março”.

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“A empresa reitera que existirá sempre abertura ao diálogo, promovendo todas as reuniões que sejam necessárias para o efeito, desde que não existam greves agendadas nesses períodos”, sublinhou a empresa.

Os trabalhadores do Metro marcaram, para a próxima sexta-feira, um plenário para “adotar novas formas de luta”.

No plenário de trabalhadores do metropolitano será discutida a “situação social da empresa, a questão da subconcessão ou privatização e a atitude da empresa no que diz respeito à resolução dos problemas dos trabalhadores”, afirmou Anabela Carvalheira.

A greve, inicialmente convocada para 25 de fevereiro, e posteriormente adiada para 16 e 18 de março, abrange o período entre as 06:30, hora normal de abertura das estações, e as 09:30.

A greve parcial foi convocada para os dias 24 e 27 de fevereiro, tendo a paralisação do dia 27 sido adiada para os dias 16 e 18 de março, sob a condição do Metro de Lisboa se reunir com os trabalhadores.

A 25 de fevereiro, a dirigente sindical disse à Lusa que a greve dos dias 16 e 18 de março só se realizaria se “a empresa não se reunisse com os trabalhadores num encontro marcado para dia 06 de março”.

A greve tinha sido convocada, de acordo com Anabela Carvalheira, devido “às péssimas condições de trabalho que estão a ser impostas aos trabalhadores, sobretudo na área operacional”.

“A falta de diálogo que tem havido, quer com a empresa quer com o Governo, para resolver os problemas concretos de trabalho da maior parte das categorias profissionais, a redução cada vez mais acentuada do número de trabalhadores, o pior serviço público que estamos a prestar à população, quer por razões economicistas quer por esta redução de trabalhadores e a defesa da empresa enquanto empresa pública”, são algumas das razões para a paralisação, segundo a sindicalista.