A presidente da Fundação Champalimaud, Leonor Beleza, defendeu a existência de um Estado forte e vigilante, mas recusou a ideia que apenas o que é público é aceitável.

“Um Estado que acha que o que é público é a única coisa que é aceitável, eu isso não quero, não é isso que eu desejo”, afirmou Leonor Beleza, no primeiro jantar-conferência da Universidade de Verão do PSD, que decorre até domingo em Castelo de Vide, distrito de Portalegre.

Recusando “sociedades que pensam e tomam conta de nós do princípio ao fim”, a antiga ministra da Saúde contrapôs com a ideia de uma intervenção do Estado que garanta direitos fundamentais às pessoa, nomeadamente a saúde e a educação.

“Eu quero Estados que garantam a educação e a saúde às pessoas, a liberdade de acesso, a igualdade de acesso”, sublinhou a também conselheira de Estado.

Leonor Beleza admitiu, contudo, não ter preconceitos sobre quem é que pode ajudar a resolver as situações desde que o Estado garanta o seu acesso e seja vigilante.

“Não tenho preconceitos sobre quem é que pode ajudar a resolver essas situações desde que o Estado faça duas coisas: garanta o acesso, exerça a vigilância sobre a forma como as atividades são desempenhadas, quer se trate de setor público, quer se trate de setor privado, nos mesmos termos”, vincou.

Mas, acrescentou, nas áreas em que o Estado recorra ou admita a existência de iniciativa privada, deve fazê-lo de “uma maneira completamente transparente e usando uma coisa preciosa que se chama concursos públicos”.

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