“Sou muito aberta em relação a isso — sou pansexual”. Mais uma revelação de Miley Cyrus, mais títulos de revista. Mas o que é ser pansexual? A pansexualidade sugere que uma pessoa pode sentir-se atraída ou apaixonar-se por qualquer pessoa: pessoas que podem ter uma identidade de género conforme o sexo com que nasceram, mas podem ser transgénero e intersexo (pessoas que têm características sexuais dos dois sexos). É diferente de bissexualidade, porque a bissexualidade pressupõe apenas dois géneros: homem e mulher. A pansexualidade inclui assim todos os géneros.

A confissão surge na edição de outubro da Elle britânica, depois de várias declarações da cantora que apontavam nesse sentido. No mês passado, Miley dizia à Paper Magazine: “Estou aberta a tudo o que seja consentido e que não envolva animais ou menores. Tudo o que seja legal, eu não me importo. Não me refiro a rapazes ou a raparigas, e não tenho de estar com alguém que ou se identifique como mulher ou como homem”.

A cantora tinha sido fotografada várias vezes com Stella Maxwell, modelo e anjo da Victoria’s Secret. A imprensa já apontava um romance entre as duas, situação que Miley desmente. “Não estou numa relação. Tenho 22 anos, vou tendo uns encontros, mas eu mudo a cada duas semanas”, disse à revista.

A própria revista assume que quis celebrar o 30º aniversário com uma questão “ousada” e, nesse sentido, decidiram apostar no “fim do género (binário), a fluidez sexual e a revolução trans”. Para eles, uma das caras mais ativas nestas questões é Miley Cyrus – “estrela pop, provocadora, ativista LGBT”. Escolha feita.

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Miley explica que estas são questões que a preocupam, além da profissão e do palco. “Fiquei um bocado embaraçada por ser paga por abanar o rabo num urso de peluche. Não devia receber a quantidade (de dinheiro) que recebo enquanto há pessoas a viver nas ruas”. Esta é uma preocupação que já tem, pelo menos, alguns meses. Em maio, a artista anunciava à Associated Press (AP) que ia criar uma associação para jovens LGBT sem abrigo.

Dizia ela que queria ajudar outros jovens a viverem a sua sexualidade e a ultrapassarem as dificuldades decorrentes da não-aceitação dos outros. “Acredito que, na posição que estou, tenho muito poder. No entanto, muitos jovens não se sentem assim. Eles ainda estão sob o poder dos pais.”, explicava à AP. A associação chama-se Happy Hippie Foundation.