A Nova Zelândia proibiu a venda de um romance premiado para adolescentes, que inclui descrições de cenas de sexo e de consumo de droga, o primeiro livro retirado das prateleiras em mais de duas décadas.

O autor de Auckland, Ted Dawe, disse hoje ter sido “apanhado de surpresa” ao saber que o seu livro “Into the River”, que venceu o prémio New Zealand Post para livro infantil do ano em 2013, tinha sido banido.

“É extraordinário. Já recebi vários e-mails de pessoas que partilham a minha indignação”, disse Dawe ao jornal New Zealand Herald.

“Vivemos num país onde livros são banidos? Para a próxima sou queimado”, acrescentou.

O livro conta a história de um rapaz maori que vence uma bolsa para um colégio exclusivo de Auckland mas enfrenta problemas de racismo e de droga.

Após numerosas batalhas com os ‘censores’, a sua venda pode agora resultar em multas que chegam aos 3.000 dólares neozelandeses (cerca de 1.700 euros) para indivíduos e 10.000 dólares neozelandeses (cerca de 5.600 euros) para empresas.

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A Film and Literature Board of Review disse que a proibição é temporária, mas vai vigorar pelo menos até à revisão da decisão, no próximo mês.

Um porta-voz confirmou que nenhum outro livro foi sujeito a tal medida desde que a atual legislação foi introduzida em 1993.

A decisão de banir o livro foi tomada depois de pedidos do grupo conservador Family First New Zealand, que se opôs às descrições detalhadas de atos sexuais, linguagem grosseira e cenas onde personagens consomem drogas.