O presidente da AICEP, Miguel Frasquilho, está nos Estados Unidos até ao próximo dia 18 para visitar cinco cidades e reunir com centenas de investidores, completando o maior ‘roadshow’ de investimento da organização em 2015.

“Há muito trabalho a fazer em termos do investimento norte-americano que pode vir para Portugal. Os Estados Unidos são o maior investidor mundial, mas quando nos referimos ao mercado português não ocupam uma posição cimeira. Há um grande desconhecimento e é isso que queremos corrigir”, justificou Frasquilho em entrevista à Lusa.

Durante 10 dias, Miguel Frasquilho terá vários encontros institucionais, reuniões com investidores e ações de promoção com centenas de parceiros.

O ‘roadshow’, enquadrado no Plano Estratégico no final de 2014, já esteve no Brasil, Japão, Inglaterra, Médio Oriente, China, entre outros, mas o dos Estados Unidos é o maior de todos.

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“Os Estados Unidos já são o maior parceiro comercial não europeu de Portugal e as exportações estão a crescer acima de 20% ano. São, portanto, uma aposta muito forte da AICEP”, explicou o responsável.

O ‘roadshow’ passa em Nova Iorque, Dallas, San Antonio, Los Angeles e São Francisco.

Nesta ultima cidade da Califórnia, a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal inaugura na próxima semana uma representação permanente.

“Essa é mais uma prova da nossa aposta. Vamos reabrir a nossa delegação para estar junto do berço mundial da tecnologia, Sillicon Valley, e vamos ter um FDI scout [especialista em atração de investimento estrangeiro] no terreno durante os próximos meses”, explicou Frasquilho.

Na quarta-feira, a comitiva, que integra ainda o administrador executivo Luís Castro Henriques, passou por Nova Iorque, onde foi organizado um pequeno-almoço que reuniu cerca de 80 investidores e empresas.

Depois de uma apresentação em que Frasquilho apresentou os fatores de atratividade da economia portuguesa, houve algum tempo para perguntas.

Os investidores e empresários presentes perguntaram pelas próximas eleições e estabilidade política, pelos incentivos existentes, e também pelo impacto que crises em economias próximas, como o Brasil e a Angola, possam ter.

Frasquilho disse à Lusa que “hoje as perguntas são muito menos difíceis de responder do que há dois anos”, quando o país estava a meio do programa de ajustamento.

“Trabalho há muitos anos neste mercado e há uma confiança e uma aceitação crescentes. Hoje já não existe um grande grau de preocupação, mas sim a vontade de perceber quais as condições de que podem usufruir, os apoios, os incentivos”, explicou.

O responsável acredita que “este é um momento muito interessante para olhar para Portugal” e é essa mensagem que vai procurar passar nos encontros que terá nos próximos dez dias.

“É interessante para nós, obviamente, porque precisamos, mas é também interessante para eles porque as oportunidades existem e, com as perspetivas que se adivinham, será com certeza um jogo de soma positiva, para nós e para eles”, acredita.

Frasquilho diz mesmo que um ‘roadshow’ de investimento semelhante deve acontecer já no início do próximo ano.

“Ainda não esta planeado, mas vai certamente acontecer. [Os Estados Unidos] são o maior promotor mundial de investimento e Portugal tem de estar presente”, garante.