O paraquedismo é um desporto radical procurado em todo o mundo e há até países, como a Nova Zelândia e o Dubai, que o têm incluído nos programas turísticos. Oferecer um momento inesquecível e diferente, ao invés de mais um objeto material, é uma opção para um número cada vez maior de pessoas. Neste caso, que desejam chegar ao céu.

Em Portugal, o salto de paraquedas, ou salto tandem, é a experiência de aventura mais procurada, e a cidade capital da modalidade é Évora, onde se encontra a sede da Federação Portuguesa de Paraquedismo. No entanto, a oferta da experiência radical é garantida por várias empresas espalhadas pelo país como a Skydive Europe, situada em Espinho, ou a Skydive Proença, em Proença-a-Nova.

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Skydive Portugal

Em Évora, a Skydive Portugal é a única a funcionar no Aeródromo Municipal, com duas aeronaves à disposição dos clientes, que podem optar entre vouchers, cursos e promoções. O Observador falou com a empresa de paraquedismo para saber o que motiva as pessoas a saltarem de um avião e o que acontece lá em cima.

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O que acontece durante um salto de paraquedas

A experiência é composta por três momentos: a preparação, o salto e a aterragem. A preparação consiste numa instrução que dura 20 minutos, em que é explicado tudo o que se vai passar durante o salto. Depois da aula, os clientes entram no avião e, após meia hora de voo, a porta é aberta e os aventureiros são desafiados a dar um passo em frente — o momento da verdade. Dado esse passo, inicia-se a queda-livre. Se a altitude for de três mil metros, a queda-livre tem uma duração de 20 a 25 segundos. Se subir mais alto — 4.200 metros –, a queda-livre será de cerca de 60 segundos e, no caso dos 5.000 metros, mais de um minuto: 75 segundos. Claro que, quanto mais alto for o salto, mais sobem também os preços da aventura, que começam nos 115€ e podem ultrapassar os 200€, consoante a opção de ficar com um registo fotográfico e em vídeo do grande momento.

Durante a queda-livre, a velocidade atingida é de mais de 220 quilómetros por hora. Depois, o instrutor larga o drogue, um redutor de velocidade que faz com que a aceleração da queda diminua ligeiramente. Nessa altura tem mais uns seis minutos de voo com o paraquedas aberto, período que permite apreciar a paisagem a partir de um ponto de vista raro — o de um pássaro.

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Skydive Portugal

Carlos Faustino, instrutor da Skydive, acredita que durante o salto “as pessoas passam por todas as fases: medo, euforia e, por fim, uma tremenda tranquilidade”. Para o instrutor Arlindo Lima, da mesma empresa, os clientes decidem saltar “porque sempre sonharam voar e porque cada vez mais aparecem múltiplas fotografias por aí espalhadas em publicidades, filmes e mesmo nas redes sociais. Este tipo de salto é cada vez mais procurado e são mais as pessoas que querem fazer paraquedismo porque viram essas imagens.”

Nuno Lobo Paulo, outro instrutor, acrescenta ainda que saltar “é sempre uma novidade. Não há dois saltos iguais, não há dois alunos iguais em queda-livre. Cada passageiro do salto tandem tem as suas expectativas sobre o que quer viver na experiência.”

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As origens do paraquedismo remontam à China do século XIV, quando os acrobatas utilizavam, nos seus exercícios, objetos para amortecer as quedas. Em 1495, Leonardo da Vinci desenhou o primeiro protótipo de um paraquedas, apesar de nunca ter chegado a experimentar a invenção. Tinha a forma de uma pirâmide com uma estrutura rígida coberta por um pano leve. Em 1617, foi também um italiano, Fausto Venazio, o autor do primeiro salto com um paraquedas. Venazio atirou-se da torre da Catedral de Veneza e aterrou sem incidentes. Já durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) o paraquedismo foi parte integrante das estratégias militares e teve grande relevância nas operações, antes de se transformar naquilo que é hoje: uma atividade para quem gosta de adrenalina e quer abraçar as nuvens.

Texto editado por Ana Dias Ferreira.