O ministro das Finanças veio esta sexta-feira confirmar que o governo transmitiu ao governador do Banco de Portugal a “preocupação e dificuldades” em relação à solução adotada para o Novo Banco e que passou pela saída de dívida sénior para o BES.

Questionado pelos jornalistas em Bruxelas, na sequência de uma notícia avançada ontem pela agência Bloomberg, Mário Centeno confirma o sentido das afirmações feitas pelo seu secretário de Estado, Ricardo Mourinho Félix, numa reunião com investidores internacionais, a propósito de uma decisão que concluiu a resolução do BES/Novo Banco, imputando perdas aos investidores em dívida sénior.

O governo que ontem não comentou a notícia, acaba por confirmar a sua preocupação com a solução escolhida pelo Banco de Portugal. Também ontem, o Banco Central Europeu remeteu a autoria e responsabilidade por esta operação para o supervisor português.

Ao final do dia de ontem, a instituição liderada por Carlos Costa divulgou as deliberações do conselho de administração que aprovaram e fundamentaram a decisão de 29 de dezembro de transferir quase dois mil milhões de euros de dívida do Novo Banco para o banco mau. Esta operação alivia o balanço do Novo Banco à custa de perdas para os investidores que deixam de receber juros e reembolsos.

Mário Centeno não se quis alongar, focando as atenções na operação de colocação de dívida pública a dez anos, realizada esta quinta-feira através de um sindicato bancário, e ascendeu a quatro mil milhões de euros.

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