Numa brincadeira com as iniciais da marca, os novos diretores criativos da DKNY — que significa Donna Karan New York — mandaram imprimir em sweatshirts pretas outras propostas para a abreviatura da marca, que em julho de 2015 assistiu à reforma da sua fundadora. Uma delas foi “Designers Know Nothing Yet” (os designers ainda não sabem nada), uma auto-ironia que teve o condão de pôr a moda a rir de si própria.

De 1 a 18 de fevereiro, todas as atenções da indústria estiveram viradas para Nova Iorque, onde a Semana da Moda que inclui mais de uma centena de desfiles foi, como escreve a maioria da imprensa internacional, uma montra de diversidade não só na escolha dos modelos — algo muito elogiado, sobretudo depois da polémica das nomeações para os Óscares, maioritariamente com candidatos brancos — mas também nas propostas, com a onda descontraída e as influências do sportswear cada vez mais fortes, sobretudo em coleções marcantes como a de Alexander Wang e Rag & Bone.

NEW YORK, NY - FEBRUARY 17: Models walk the runway wearing DKNY Women's Fall 2016 during New York Fashion Week: The Shows at Skylight Modern on February 17, 2016 in New York City. (Photo by JP Yim/Getty Images for NYFW: The Shows)

As sweatshirts com novas propostas para as iniciais DKNY. Foto: JP Yim/Getty Images for NYFW: The Shows

Nesse campeonato, a DKNY — que para além das sweatshirts irónicas também imprimiu em camisolas a frase “inserir o logótipo aqui” — não foi a única a garantir a diversão. Na Lacoste, o “nosso ” Felipe Oliveira Batista continua a honrar os arquivos da marca com um twist, desta vez transformando as referências ao ski numa espécie de gráfico de videojogos dos anos 80, com esquiadores pixelizados a servirem de padrão, ou bordando em camisolas as palavras “un crocodile” e “une crocodelle”, numa clara referência ao símbolo da marca.

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Mas falar em diversão tem de incluir todos os casacos da Coach 1941, que conseguiu reunir numa só coleção duas inspirações tão distintas como o western e o baseball, e também o desfile de Diane von Furstenberg, não tanto pelas peças em si mas pela festa — literal — que as modelos fizeram e que incluiu dançarem ao som de disco com a designer numa espécie de performance que invadiu as redes sociais, ou não tivesse reunido todas as grandes estrelas das passerelles do momento, de Gigi Hadid a Kendal Jenner, passando por Jordan Dunn e Karlie Kloss.

A model poses wearing Diane Von Furstenberg Fall 2016 during New York Fashion Week on February 14, 2016 in New York City.

Diane Von Furstenberg apresentou, no dia 14 de fevereiro, uma performance que invadiu as redes sociais. Foto: Getty Images

Com inspiração no universo náutico, Tommy Hilfiger não afundou e mostrou as suas modelos como uma espécie de marinheiras lolitas, onde não faltou Sara Sampaio nuns hot pants reduzidos que mostraram por que é um dos anjos a desfilar a lingerie da Victoria’s Secret.

No meio das coleções de pronto a vestir de outras marcas norte-americanas como a Calvin Klein e a Michael Kors, destaque para o sonho de Marchesa, numa coleção de autêntica alta-costura com vários vestidos que não ficariam nada mal na passadeira vermelha dos Óscares que se avizinham.

NEW YORK, NY - FEBRUARY 16: A model walks the runway at the Coach fashion show held at Pier 76 during Fall 2016 New York Fashion Week on February 16, 2016 in New York City. (Photo by Fernando Leon/Getty Images)

Esta Semana da Moda de Nova Iorque tem sido falada por finalmente apostar na diversidade dos modelos. Aqui, Lineisy Montero no desfile Coach 1941. Foto: Fernando Leon/Getty Images

Escolher duas dezenas de “looks” no meio de milhares de propostas é uma tarefa tão complicada como contar os casacos que desfilaram em Nova Iorque, mas fica a seleção possível em fotogaleria.