José Sócrates voltou a comentar o rumo da Operação Marquês para criticar a decisão do DCIAP de prolongar o prazo da investigação até setembro. O ex-primeiro-ministro, que falou aos jornalistas à margem da conferência “Direitos, Liberdades e Garantias”, em Barcelos, usou palavras como “abusos” e “perseguição”.

“Quero recordar que há um ano e meio, quando me detiveram, tinham provas definitivas e contundentes. Sempre neguei isso. Sempre referi que essas acusações eram falsas, injuriosas e absurdas”, começou por dizer Sócrates.

“Um ano e meio depois, nem factos, nem provas, nem acusação. Agora querem mais seis meses. O Ministério Público não tem esse direito. Há prazos para a investigação, esses prazos acabaram em outubro.”

José Sócrates, primeiro-ministro português entre 2005 e 2011, diz que é perseguido e questiona a posição em que o Ministério Público se está a colocar. “Há outros casos em que houve abusos [processos que se arrastaram no tempo]. Porque houve no passado, não justifica que hoje haja abusos”, defende.

Questionado sobre se em causa está o facto de ser José Sócrates o investigado, o ex-primeiro-ministro respondeu afirmativamente.

“Há um alvo e a investigação não é uma investigação a um crime, mas a um alvo. É uma perseguição a alguém. O Ministério Público está a colocar-se nessa posição. Eu lamento. O Ministério Público está sob suspeita de não cumprir prazos legais, está sob suspeita de ter posto todos os seus poderes ao serviço de uma perseguição a alguém. Eles deviam saber que têm uma responsabilidade, que é provar o que disseram.”

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