Comemoram-se este ano os 50 anos após o 25 de Abril de 1974, e muitos são aqueles que se interrogam, muitos são aqueles que aguardam e muitos são aqueles que ainda acreditam e lutam por um Portugal melhor.

Se em 1974 se apregoava liberdade individual e coletiva, fundamental para o exercício dos direitos humanos e da Democracia, 50 anos volvidos, vivemos em plena liberdade?

Viver em crise económica, social e política, não será por si só uma privação de liberdade?

Vive em liberdade quem, na defesa e partilha de ideais e opiniões, é ostracizado e encurralado em chavões discriminatórios, só porque não cumpre uma agenda?

Assistimos hoje, passados 50 anos à perda do poder económico, à asfixia  e desmoronamento das famílias, à destruição da classe média, ao aumento exorbitante da habitação e enriquecimento de quem, mercê de políticas de vistos e outras benesses, nos asfixia em impostos, taxas e taxinhas como todos os portugueses que aqui trabalham e pagam os seus impostos.

Assistimos a uma justiça injusta, com forças de segurança sem rendimentos condignos, humilhadas no cumprimento do seu dever e com um sistema de justiça que defende os prevaricadores e transforma os culpados em vítimas.

Continuamos longe de atingir os mínimos na lei da paridade, e a igualdade de género mantém-se um ténue vislumbre.

50 anos após o 25 de Abril, o que temos para oferecer aos nossos jovens?

Sem emprego, sem remuneração de acordo com as suas habilitações, sem escola digna que efetivamente valorize a meritocracia e não produza uma sociedade iletrada, mas mestrada, sem um Serviço Nacional de Saúde condigno que diariamente maltrata todos aqueles que por ele lutam e com barreiras intransponíveis ao empreendedorismo, não será isto, também, falha no acesso aos direitos universais?

Não posso ainda, deixar de relembrar as províncias ultramarinas pois o 25 de Abril de 1974, ditou o seu futuro e o futuro de todos que lá nasceram e lá viveram.

Países com subsolos riquíssimos, potencial agrícola e marítimo extraordinário, potencial humano fantástico, apresentam-se atualmente como das nações mais pobres do mundo, a serem vilipendiados pelas maiores potências mundiais.

Não foi decerto para isto que se cumpriu o 25 de Abril. Não foi para apenas cumprir agendas e proferir cerrados ataques e enjaular em estigmas discursos não condizentes, não foi decerto para implementar miséria e aumentar o Estado Social, não foi para asfixiar os trabalhadores e as famílias com impostos e endeusar a corrupção e todos aqueles que nada produzem.

A liberdade existe para que todos possamos dignificar a democracia na sua identidade e nos seus valores.

A liberdade existe quando se cumprem as regras da democracia e da constituição, com respeito, em consciência e com sentido do dever.

50 anos depois não devemos apagar a nossa história, as nossas memórias, a nossa cultura, é preciso conhecer os erros e sobretudo ter a humildade de com eles aprender.

50 anos após o 25 de Abril, é tempo de respeitar as instituições democráticas, é tempo de valorizar quem trabalha e produz riqueza, é tempo de valorizar o empreendedorismo, é tempo de valorizar a meritocracia, é tempo de valorizar os jovens e todos aqueles que já trabalharam por um futuro mais digno, é tempo de valorizar os Portugueses e Portugal… é tempo!