O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, assegurou esta sexta-feira que a Aliança não quer “uma nova Guerra Fria com a Rússia” e que as medidas para reforçar o seu flanco leste são apenas preventivas.
Em declarações à Rádio 4 da BBC, Stoltenberg afirmou que leva “muito a sério” a suposta retórica intimidatória de Moscovo, mas que não considera a Rússia “uma ameaça iminente”.
“A Rússia é uma potência nuclear e uma potência nuclear que está a utilizar uma retórica nuclear para tentar intimidar outras nações europeias. Por isso a levamos muito a sério”, disse.
Stoltenberg frisou que não vê “nenhuma ameaça iminente”, mas uma Rússia mais forte e mais segura “e uma Rússia que se mostrou disposta a utilizar a força contra países europeus que não pertencem à NATO”.
“Não procuramos uma confrontação com a Rússia, não queremos uma nova Guerra Fria. Na verdade, vamos continuar a esforçar-nos para conseguir uma relação mais cooperativa e construtiva, mas temos de fazer isso com mecanismos dissuasivos de defesa coletiva”, afirmou.
A NATO manifestou nos últimos dias alarme pelo possível uso do porta-aviões russo “Almirante Kuznetsov” para uma escalada dos ataques contra a cidade síria de Alepo.
A Rússia assegura que essa preocupação “não tem fundamento”.
Reunidos esta semana em Bruxelas, os ministros da Defesa da NATO anunciaram novos contributos para o reforço da presença da Aliança no leste decidido na cimeira de julho em Varsóvia e que prevê o destacamento de quatro batalhões para os países bálticos e para a Polónia no princípio de 2017 e um aumento da presença no Mar Negro.