A Federação Nacional dos Professores foi esta sexta-feira ao Ministério da Educação pedir explicações sobre uma redução de 281 milhões de euros, na proposta de Orçamento do Estado para 2017, nos recursos humanos da educação básica e secundária.

Se vai haver um novo regime de concursos que permitirá a vinculação de professores, se este será um ano em que todos os professores têm o salário reposto na íntegra, se as escolas este ano têm mais 6.000 professores e precisam de assistentes operacionais que terão de ser colocados, não percebemos como é que em 2017 se reduzem quase 300 milhões de euros”, declarou à agência Lusa o líder da Fenprof, Mário Nogueira, à saída do ministério.

A delegação sindical foi recebida por uma representante da equipa negociadora do Ministério da Educação, com o qual a estrutura pretende começar já as conversações para rever o regime dos concursos destinados a colocar os professores nas escolas.

A este respeito, os representantes sindicais manifestaram-se preocupados com o adiamento das negociações por dois meses, dadas as implicações no Orçamento do Estado, que estará então já aprovado.

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Não é admissível desencadear este processo nos meses de natal e ano novo. Não são estes os momentos de negociação, porque esta deverá ser sempre acompanhada pelos professores nas escolas, até porque não são só os dirigentes sindicais a decidi-las”, disse Mário Nogueira.

No próximo ano, frisou, todos os 110.000 professores podem ir a concurso: “Iniciar este processo depois de aprovado o Orçamento do Estado, em absoluto, significa que poderá pôr em causa aspetos como a vinculação de professores“.

Neste sentido, a federação propôs ao ministério que possam ser realizadas reuniões prévias à apresentação da proposta de articulado por parte da tutela, com vista a identificar divergências o mais cedo possível para facilitar as negociações.

A par das reuniões sobre estas questões, que gostaria de ver avançar na próxima semana, a Fenprof decidiu esta sexta-feira continuar a agir noutras áreas, nomeadamente com a entrega de uma petição na Assembleia da República, com milhares de assinaturas, em defesa do descongelamento das carreiras.

A entrega do documento está prevista para quinta-feira, adiantou Mário Nogueira, referindo que outras ações terão lugar este mês e no próximo.