A cerimónia de apresentação, que decorre esta terça-feira, de “O programa segue dentro de momentos. Autobiografia”, de Júlio Isidro, é às 18h00, no Teatro da Trindade, em Lisboa, e conta com a presença do ministro da Cultura, Luís Filipe de Castro Mendes. Segundo nota da editora, vão ser projetadas “imagens de uma vida em frente às câmaras e memórias vivas da música nacional”.

“O sarau [restrito a convite] será abrilhantado com um pequeno concerto dos Lucky Duckies e seus convidados, João Charana, dos Guitarras de Fogo, Daniel Bacelar, o Ricky Nelson português, José Luís, dos Ekos, José Manuel Concha, dos Conchas, e Victor Gomes, dos Gatos Negros”.

Baptista-Bastos afirma no prefácio que a presença assídua de Júlio Isidro, nos ecrãs televisivos, é “o sinal de um afeto e a lembrança que resiste, mesmo na sombra e no aparente silêncio”. “Consciência, liberdade e atenção pelos outros fazem deste homem [Júlio Isidro] uma espécie de vigilante do nosso tempo, que o próprio tempo se encarrega de fragilizar”, afirma Baptista-Bastos.

Júlio Isidro estreou-se como apresentador na RTP, em janeiro de 1960, ganhando 200 escudos. Atualmente com 56 anos de carreira, foi autor, produtor, realizador e apresentador de cerca de 90% dos programas em que interveio, segundo afirma na obra, que é publicada pela chancela Marcador.

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Segundo Baptista-Bastos, “o que Júlio Isidro tem feito e praticado na televisão é um exercício de presença, ensinando que, quando odiamos alguém, só nos ferimos a nós próprios”. Em junho de 1968, Isidro estreou-se na rádio, no programa “FM/67”, auferindo 50 escudos por hora. Afirma-se ainda na autobiografia, plena de fotografias com vários artistas e celebridades, o apresentador planeia retirar-se quando cumprir 60 anos de carreira.

Para o prefaciador, “o que Júlio Isidro faz e tem feito é reavivar os que foram e não desistem de o ser”, é “padrão de um tempo que muitos desejam esquecer ou fazer esquecer”. Defende o escritor que o apresentador “não quer ser cúmplice de participar no embuste que é a omissão” e “sabe muito bem qual é o papel do esquecimento, qual é o valor do silêncio”.

Atualmente Júlio Isidro faz parte de um painel de comentadores no programa “Traz p’ra frente”, e apresenta o programa de entrevistas “Inesquecível”, ambos na RTP Memória.

Além desta autobiografia, Júlio Isidro é autor, entre outros, de “Histórias do tio Julião” (1989), “Juliana das farturas” (1990), “É tudo primos e primas (2004), “O planeta de cristal” (2006) e “A nossa televisão (Desde os avós até nós!)” (2007).