A ideia não é nova, mas a sua eficácia está mais que provada. Para atrair os clientes a determinadas bombas de combustível, as gasolineiras recorrem a todos os argumentos e mais algum. Mas há quem não se fique pelos brindes ou pelos pontos para trocar no supermercado e opte por despir os clientes. Literalmente.

A Ucrânia deu o mote quando, na região de Kiev, um posto de combustível congeminou uma estratégia de promoção que passava pela oferta do precioso líquido a quem se apresentasse em traje de ir à praia, ou à piscina. Não interessava a cor, a textura do tecido, ou até mesmo o corte, se fio dental, asa delta ou daqueles mais envolventes, contanto que fosse um biquíni.

A adesão à iniciativa foi total, com os ucranianos a formarem longas filas de espera na esperança de encher o depósito a custo zero. E, dentro dos carros em grande galhofa, era possível encontrar desde famílias completas, com pais e filhos à mistura, a casais de várias idades e, obviamente, muitos condutores sozinhos, que assim não só conseguiam encher o tanque à borla, como evitavam o embaraço de serem gozados pelos amigos que eventualmente os acompanhassem, muito provavelmente com o fito de publicar fotos “incriminatórias” nas redes sociais.

E não se pense que foi apenas uma coisa de mulheres, pois apesar das especificações da campanha deixarem bem explícito que era obrigatório o biquíni, tal não impediu que o reduzido fato de banho cobrisse o corpo de um homem. E não faltaram corajosos que, para economizar uns cobres, se vestiram de forma igual ao que é habitual encontrar no Carnaval de Loulé ou Torres Vedras.

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Rússia copia e eleva a fasquia

Depois do sucesso da campanha junto dos ucranianos, os russos não resistiram e copiaram o conceito. Mas com um toque adicional de malvadez, pois ao biquíni juntaram a obrigatoriedade de calçar saltos altos e fazer poses para a fotografia.

Se os proprietários da bomba de gasolina de Samara acharam que isto desincentivaria as senhoras e afastaria os homens – provavelmente com medo de cair dos saltos e torcer um pé –, enganaram-se. Nesta que é a sexta maior cidade russa, as filas foram ainda maiores e o gozo generalizado também, com a vantagem de elas ficarem bem mais sensuais, e eles consideravelmente mais ridículos. Mas com o depósito cheio, que era o objectivo primordial dos clientes, e o posto de combustível a tornar-se, de longe, o mais popular das redondezas, que era, afinal, a razão de tão ousada promoção.

É claro que não faltaram algumas vozes críticas, questionando se estaríamos perante uma campanha muito cool ou um insulto sexista. E se fosse por cá? Para abastecer de graça, até onde estaria disposto a (desp)ir? Vestia a fatiota de ir a banhos para poupar umas dezenas de euros em gasolina ou gasóleo, ou deixava o sentido de pudor e os princípios falarem mais alto? E, sendo homem, também alinharia na promoção? Faça como os russos e os ucranianos e desiniba-se, aproveitando a caixa de comentários para dizer de sua justiça.