Não se sabe quando será. Nem como. Mas sabe-se que a Amazon tem a intenção de criar um “avião-armazém” que planará sobre as maiores metrópoles do mundo — sem nunca pousar, pois será reabastecido de combustível, empregados, provisões e produtos em pleno ar –, saindo dela drones que entregarão as encomendas porta a porta. É pelo menos isso que revela uma patente registada em 2014 pela empresa nos Estados Unidos. A história é contada pelo jornal The Guardian.

O avião-armazém é descrito pela Amazon como um “centro de atendimento aerotransportável” (é utilizada a sigla AFC, “airborne fulfillment centres”, para o descrever), funcionando numa espécie de cooperação com outras aeronaves igualmente registadas na patente. Uma dessas aeronaves será um drone (diferente dos que hoje conhecemos, maior e sem limitação de peso, tempo ou distância na encomenda a transportar, por exemplo) a que a Amazon denomina (na verdade, ainda está por “denominar”) de UAV, ou “unmanned aerial vehicles”. A outra aeronave, uma “Shuttle”, de maiores dimensões, fará a ligação (com trabalhadores e produtos a bordo) entre a AFC e o solo.

O AFC [avião-armazém] poderá ser um avião que plana a grande altitude (45.000 pés), enquanto os UAV’s [drones] com encomendas podem ser enviados do AFC e entregá-las para a morada do cliente”, lê-se na patente, que acrescenta: “As Shuttles [aeronaves mais pequenas] poderão ser usadas para reabastecer a a AFC de inventário, UAV’s, provisões e combustível. As Shuttles podem ser igualmente utilizadas para o transporte dos trabalhadores, de e para a AFC.”

Se o avião-armazém é surpreendente e até futurista, dirão alguns, no caso dos drones (e da entrega de encomendas via drone) o futuro é agora. A Amazon tem testado estas entregas nos últimos meses e a primeira foi realizada em dezembro, na localidade de Cambridgeshire, no leste de Inglaterra. Quanto ao avião-armazém, patenteado desde 2014, nem uma palavra por parte da Amazon. Afinal, o segredo (hoje menos “secreto”, diga-se) é a alma do negócio.

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