Os analistas do Barclays estão mais otimistas sobre a evolução da economia portuguesa. Numa nota divulgada nesta quarta-feira, a instituição revê em alta a previsão para a taxa de crescimento em 2017, que é agora de 2,9%, embora antecipe um abrandamento durante o ano seguinte, para 2%. A base de sustentação deste ritmo estará no comportamento do consumo privado, impulsionado pela criação de emprego, pela confiança das famílias e por um aumento ligeiro dos salários reais.

O documento assinala que o investimento poderá registar alguma recuperação, mas identifica ainda a necessidade de redução do endividamento das empresas como um travão a um cenário mais positivo nesta frente. Uma conjuntura externa mais favorável vai continuar a alimentar a subida das exportações, mas a procura interna em retoma também produzirá efeitos sobre as importações, que o Barclays espera que também subam.

Com um desempenho mais positivo da economia, a dinâmica da dívida pública continuará a representar um desafio para o país, mas constituirá uma área de menor fragilidade. Sobra a redução das “ajudas” do Banco Central Europeu, que é antecipada para os primeiros meses de 2018, os analistas do Barclays consideram que terá menor impacto em Portugal do que noutros países periféricos, referindo-se à diminuição do valor do programa de compra de ativos que tem contribuído para manter as taxas de juro da dívida pública sob controlo.

O impacto da redução do grau de intervenção do BCE poderia ser menor no caso de a notação de crédito da dívida portuguesa ser alvo de uma revisão em alta para investment grade. Mas os técnicos do Barclays admitem que uma decisão daquela natureza poderá chegar apenas no prazo de 12 a 24 meses, caso não se concretizem os riscos identificados na nota, como uma eventual retirada do apoio parlamentar da extrema-esquerda ao atual governo do PS que poderia inviabilizar a aprovação do Orçamento do Estado para 2018.

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