O FMI reviu em baixo a sua estimativa para o crescimento do PIB português em 2025, mas subiu a projeção para este ano. Segundo projeções reveladas esta terça-feira, a economia portuguesa deverá crescer este ano 1,7% (anterior projeção apontava para 1,5%), acima da estimativa avançada pelo Governo sem contar com o efeito das medidas que pretende tomar.

No Programa de Estabilidade divulgado esta segunda-feira, o Governo de Luís Montenegro avança com uma projeção de crescimento do PIB de 1,5%, em linha com o inscrito pelo anterior Executivo no Orçamento do Estado para este ano, mas aquém dos 1,6% que a AD tinha no cenário macroeconómico inscrito no seu programa eleitoral.

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Para 2024, a projeção mais otimista é a do Banco de Portugal que antecipa um crescimento de 2%, seguindo-se agora o FMI com 1,7% e o Conselho das Finanças Públicas com 1,6%. A OCDE e a Comissão Europeia têm em cima da mesa uma projeção de 1,2%.

Para 2025, o FMI reviu agora em baixa a sua projeção. A economia portuguesa deverá crescer, segundo esta entidade, 2,1%. Na anterior projeção apontava para 2,2%. A projeção do Banco de Portugal continua também para 2025 a ser a mais otimista com uma estimativa de crescimento de 2,3%. O CFP aponta para 1,9%, o mesmo valor inscrito no Programa de Estabilidade.

Nas projeções do FMI, a inflação irá cair, este ano, para 2,2% e no ano seguinte chegará aos 2%.

O Programa de Estabilidade apresentado esta segunda-feira foi feito sem medidas de política que o Governo pretende tomar, em chamadas políticas invariantes, ou seja, sem ter em conta novas medidas. Só em setembro o Governo apresentará, em Bruxelas, um plano orçamental de médio prazo, já com o cenário macroeconómico considerando medidas novas.

Foram várias as vezes que o Governo de António Costa criticou o FMI pelas suas projeções. O próprio ex-primeiro-ministro foi dizendo que “a realidade tem superado as previsões” e em outubro de 2022 disse mesmo que “é o meu oitavo Orçamento e não me lembro de um único em que as previsões do FMI não tenham divergido das que apresentámos. Ao longo destes oito anos devo dizer que estamos sete a zero”.

Em atualização