Se pensava que os construtores generalistas, fabricantes de veículos mais acessíveis, disputavam entre si o mercado de forma menos civilizada, esqueça. À semelhança do que aconteceu com os construtores de desportivos de luxo, como a Lamborghini, que a contragosto começaram a vender SUV, também as marcas mais refinadas do mercado se viram obrigadas a propor veículos tipo crossover, moda de que todos os clientes parecem gostar e, mais importante do que isso, querer comprar.

Quando a Bentley surgiu primeiro com o seu Bentayga, a Rolls recebeu o SUV da sua rival com desdém, afirmando que o seu Sport Utility Vehicle não seria derivado do Audi Q7, nem que o modelo britânico seria tão “matacão” quanto o SUV do grupo VW. Pois bem, agora que a marca inglesa do grupo BMW – no fundo, sempre houve aqui uma guerrazinha entre germânicos, apesar desta ser em defesa de marcas supostamente britânicas – torna-se evidente que o tipo de volumetria e peso é similar, para não dizer igual, apesar de exibirem diferentes emblemas.

O SUV da Rolls-Royce, que enverga o nome do maior diamante jamais encontrado (621 gramas) e baptizado com o nome do dono da mina sul-africana, recorre à plataforma do Phantom, que por sua vez é a mesma que serve os BMW Série 7 e X7.

Ao serviço do Cullinan, que será comercializado por um valor elevado, mas substancialmente menor do que o diamante, que antes de ser cortado foi avaliado em dois mil milhões de dólares, está o motor V12 da casa – também partilhado com a BMW –, uma motorização imponente e ao nível do W12 da Bentley, que por sua vez deriva do W16 da Bugatti. O motor do Cullinan deverá continuar a usufruir dos 6,75 litros que exibe no Phantom, com 570 cv, abaixo pois dos 608 do Bentayga.

À semelhança do Phantom, o Cullinan possuirá uma caixa automática da ZF, com oito velocidades, mas um sistema de transmissão integral derivado da BMW, optimizando a tracção e distribuindo-a pelas rodas com mais aderência. Contudo, não será utilizado o sistema xDrive estreado no BMW M5, com possibilidade de desligar a tracção à frente para permitir que a função drift brilhe a pedido do condutor. Isto porque a marca terá concluído que não há assim tantos clientes ‘mortinhos’ para andar atravessados com um Rolls-Royce.

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