Há cada vez mais queixas dos clientes nos transportes públicos. Ao todo, foram registadas 61.319 reclamações em 2017, mais 38,9% do que em 2016. Segundo um relatório da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), 86,7% das reclamações totais do ano passado foram feitas nos setores ferroviário e rodoviário, tendo em conta que estes são os meios que movimentam mais passageiros (superior a sete milhões de pessoas).

Fazendo as contas, os números indicam uma média de 167 reclamações por dia. A CP – Comboios de Portugal lidera a lista das queixas recebidas nas empresas, com mais de 24 mil reclamações — 66 por dia. De seguida encontra-se o Metropolitano de Lisboa (6.000) e a Carris (5.487). No Norte, a empresa de autocarros STCP registou 3.139 queixas e a Metro do Porto 1.639.

Segundo o Jornal de Notícias, entre as principais razões de insatisfação estão a supressão de carreiras, o incumprimento de horários de paragens, as multas, os preços dos bilhetes, as dificuldades de aquisição e de validação dos títulos de transporte por mau funcionamento das máquinas de venda e dos validadores e o deficiente atendimento ao cliente.

Os dados da AMT revelam ainda que, das mais de 60 mil queixas apresentadas em 2017, 43 mil foram feitas diretamente aos principais operadores do mercado e apenas 18 mil chegou a ser registada nos livros de reclamações ou recebidas pela AMT.

Ao Jornal de Notícias Paulo Fonseca, coordenador do departamento jurídico da Deco, disse que o problema do aumento destes números está “na diminuição da qualidade dos transportes, principalmente em Lisboa e no Porto”, enquanto em outras zonas do país, como o Algarve, há locais que não têm qualquer meio de transporte público.
Sobre os números da CP, o responsável da Deco disse que a empresa tenta acompanhar a evolução dos passageiros, mas “ainda há muitos atrasos, falhas e falta de informação”.

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