Um avião da Lion Air com 182 passageiros e sete tripulantes a bordo caiu no mar depois de ter levantado voo em Jacarta. “Foi confirmado que o avião caiu”, afirmou Yusuf Latif, porta-voz da companhia aérea. Mas não indicou o que aconteceu: “Estamos a recolher informações”, justificou. Os últimos dados recolhidos pela Flight Radar sugerem que o avião acelerou e baixou a altitude antes de desaparecer.

Segundo o ministro dos Transportes, um dos pilotos pediu para regressar ao aeroporto apenas dois ou três minutos após descolar, pedido esse que foi autorizado, segundo a Associated Press.

Entre as pessoas a bordo do avião estavam dois pilotos, 178 adultos, três crianças (uma delas bebé) e cinco hospedeiras de bordo. O ministério das Finanças declarou que também 20 funcionários iam a bordo no avião da Lion Air, tendo o porta-voz Nufransa Wira Sakti confirmado o número, de acordo com a Bloomberg.

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O piloto foi identificado pela Embaixada Indiana na Indonésia como Bhavye Suneja, natural da Índia. Suneja e o co-piloto fizeram um total de 11.000 horas juntos. Também um passageiro italiano foi identificado.

O CEO da Lion Air, Edward Sirait, revelou que foi reportado um problema técnico no avião na noite de domingo, quando o aparelho voava de Denpasar para Jacarta. Mas foi analisado por engenheiros e considerado seguro para voltar a voar, quando partiu na segunda-feira de manhã em Jacarta.

O governo australiano cancelou, esta manhã, os voos de funcionários e empresários pela Lion Air, devido à queda do avião.

As autoridades já encontraram destroços do avião. Ao Washington Post, trabalhadores do porto de Tanjung Priok, no norte de Jacarta, confirmaram ter recebido um alerta de que um avião tinha caído ali perto. “Eram 07h15 quando um rebocador relatou que se havia aproximado do local [da queda] e visto escombros do avião”, explicou um oficial de tráfego de embarcações.

A companhia low-cost viajava de Jacarta para Pangkal Pinang, na Indonésia. O modelo do avião – um Boeing 737 MAX 8 – estava em uso há apenas 2 meses.

Há já registo de corpos resgatados. Imagens publicadas por Sutopo Purwo Nugroho, responsável governamental por situações de desastre, mostram os destroços que já foram recolhidos pelas autoridades. Podem ver-se documentos de identificação, mochilas e a capa de um telemóvel com a fotografia de uma família.

Não há, para já, qualquer informação sobre a existência de sobreviventes. O aparelho tinha desaparecido dos radares 13 minutos depois de ter levantado voo em Jacarta.

O avião tinha levantado voo do aeroporto de Jacarta às 23h20 de domingo (eram 06h20 de segunda-feira na Indonésia) e devia chegar a Pangkal Pinang uma hora mais tarde. O último contacto com o aparelho, que tinha sido adquirido pela empresa em agosto deste ano, aconteceu às 23h33 de Portugal Continental.

Dados preliminares do site especializado Flightradar24, citados pela agência Reuters, mostram que o aparelho entrou numa descida picada em direção ao mar. “O avião subiu até perto dos 5,000 pés (1.524 metros) antes de perder, e logo a seguir ganhar, altitude. Finalmente picou em direção ao mar. A sua localização ficou registada pela última vez aos 3,650 pés (1.113 metros), a uma velocidade que tinha subido para 345 nós (cerca de 638 quilómetros/hora, ou 177 metros por segundo)”, escreveu a agência.

O acidente acontece quatro anos depois de um avião da mesma companhia indonésia com 162 pessoas a bordo ter caído no mar num percurso entre Surabaya e Singapura. O acidente não provocou mortos. Esta será a primeira vez que se regista um acidente com um modelo Boeing Co. 737 Max 8, que está equipado com dois motores CFM LEAP-1B.

A Lion Air esteve proibida de voar em espaço europeu, entre 2007 e 2016, na sequência de uma má avaliação. Este ano, porém, a transportadora estaria nos lugares de topo da avaliação feita pela Organização da Aviação Civil Internacional, o que fez com que entrasse para o escalão mais alto do rating da agência global de notação de companhias aéreas.

Os responsáveis pelas buscas estimam que os destroços de maiores dimensões do avião estejam a uma profundidade de 30 a 35 metros. As caixas negras ainda não foram encontradas. Nas operações estão envolvidos navios, helicópteros, 150 operacionais de salvamento, incluindo 30 mergulhadores.

(em atualização)