A urgência da Maternidade Alfredo da Costa está encerrada nesta véspera de Natal por falta de anestesistas. O Centro de Orientação de Doentes Urgentes já foi informado e todas as grávidas estão a ser desviadas para outros hospitais de Lisboa. A notícia é avançada pela Rádio Renascença.

Segundo informação avançada pela rádio, a MAC tem apenas um anestesista escalado para dia 24 e para dia 25 de dezembro e, por isso, o hospital não irá receber grávidas este Natal. “Está escalado só um anestesista. É um bom anestesista, experiente, mas que não se pode dividir. Por isso, não podemos arriscar, em termos de segurança”, explica Maria José Alves, responsável materno-fetal da maternidade.

Já estão internadas muitas grávidas, e que são muitas vezes situações com patologias mais graves, e temos de continuar a tomar conta delas. É para isso que cá está o anestesista”, explica ainda Maria José Alves.

A ministra da Saúde, Marta Temido, reconhece a situação de falta de profissionais de anestesia na maternidade numa especialidade que é totalmente assegurada por contratos de prestação de serviço. Ou seja, não existem anestesistas no quadro desta instituição.

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Em declarações aos jornalistas, esta segunda-feira, Marta Temido acrescenta que os serviços têm estado a fazer um esforço com os profissionais do quadro da Estefânia e do Grupo Lisboa Central, mas que desta vez não foi possível. Marta Temido assegurou que o conselho de administração pagaria os 500 euros à hora pedidos para a prestação de serviços de anestesia, “mas sucede que não foi possível recrutar um segundo elemento” para a MAC.

Apesar da falta de anestesistas na MAC, a ministra salientou que, graças à rede do Serviço Nacional de Saúde (SNS), é garantido “o atendimento necessário nesta área”, frisando que, na região de Lisboa e Vale do Tejo, está tudo a funcionar “dentro da normalidade”.

Para a responsável, esta situação mostra a necessidade de dedicação exclusiva ao Serviço Nacional de Saúde, mas admitiu que tem sido difícil reter alguns profissionais.

“A anestesia] é, de facto, uma área onde o Serviço Nacional de Saúde tem sofrido uma perda de profissionais que optam por trabalhar noutros setores. É importante que nós percebamos como é que conseguimos captar, reter, voluntariamente, estes profissionais e é um trabalho que vamos continuar a desenvolver”.

A situação na MAC será discutida com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, por ocasião da visita no dia de Natal às crianças que estão internadas na ala pediátrica do serviço de oncologia do Hospital de S. João, na qual Marta Temido irá participar.

Fonte oficial do Centro Hospital de Lisboa Central disse à Lusa que a “urgência está aberta, só se for algum caso em que o parto não seja urgente será encaminhado para outro hospital. As senhoras podem vir, serão observadas na Maternidade, depois da análise da sua situação, será decidido o que fazer. Se não for urgente, se não for iminente o parto, será encaminhado para outra unidade, no âmbito da rede do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Temos efetivamente um anestesista, o que significa que em casos absolutamente necessários, uma grávida poderá ser transferida para outro hospital. Se vier uma senhora com uma gravidez de risco ou em iminência do trabalho de parto será logo atendida, observada, ficará internada e terá o seu parto”, sublinhou a mesma fonte.

Para o dia de Natal está também prevista a presença de apenas um anestesista. Para já, apenas uma exceção está em cima da mesa: caso apareça um grande prematuro, a Maternidade Alfredo da Costa terá de abrir vaga porque dispõe do maior serviço de neonatalogia.

A administradora do Centro Hospitalar Lisboa Central, de que faz parte a MAC, diz ser importante passar uma mensagem de tranquilidade a todas as grávidas. Ana Escoval, aos microfones da RR, sublinha que a rede de Obstetrícia na capital do país funciona bem na cidade de Lisboa e se está a tentar encontrar uma solução para o problema de falta de anestesistas.

Atualizado às 19.20 com declarações da ministra de Saúde.