Uma nova tecnologia da NASA deu origem a imagens únicas que conseguiram apanhar a interação entre dois aviões supersónicos. Durante a criação das fotos, em pleno voo, foi feita uma formação especial com o objetivo de criar ondas de choque e de os dois T-38 se intercetarem.

As fotos do projeto AirBOS foram divulgadas pela agência do governo norte-americano, e foi a primeira vez que foram captadas imagens de alta qualidade da interação das ondas de choque provocadas por duas aeronaves diferentes.

Agora para tentar perceber como funciona o procedimento: tal como todos os aviões, os jatos produzem ondas sonoras quando viajam pelo ar. Quando o avião viaja a uma velocidade inferior à do som, as ondas sonoras vão para fora, à frente da aeronave; mas quando o avião se desloca a uma velocidade supersónica, acaba por se mover mais rapidamente que as ondas sonoras, causando o que é conhecido como um estrondo sónico.

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O equipamento foi utilizado para visualizar estas ondas sonoras, que são detetadas como mudanças rápidas na pressão do ar. No caso da imagem acima, é mostrado dois jatos T-38 em formação com uma distância de cerca de 10 metro um do outro. Foram as primeiras imagens captadas que mostram os fluxos supersónicos, e para tal fosse possível colocaram uma B-200 a voar a mais de 9 mil metros de altitude, com um equipamento de imagens, enquanto os dois T-38 voavam.

“O maior desafio foi tentar acertar o tempo para termos a certeza de que conseguíamos as imagens”, afirmou Heather Maliska, gerente do projeto AirBOS. “Estou absolutamente feliz com a forma como a equipa conseguiu fazer isto”.

O objetivo do exercício da NASA seria ter estas imagens para pesquisa, mas também testar os novos equipamentos. Esta nova tecnologia fotográfica permitiu captar três vezes a quantidade de dados em comparação com testes anteriores, o que vai ajudar muito na demonstração do voo X-59 QueSST. Este avião, que vai voar a velocidades supersónicas, não vai produzir o mesmo estrondo sónico de que falámos. Isto permitiria que, por fazer apenas um ruído silencioso, pudesse sobrevoar a terra, algo que atualmente requer autorização por parte dos Estados Unidos. 

“Nunca imaginámos que fosse tão claro, tão bonito”, referiu o cientista físico da NASA, JT Heineck, no comunicado à imprensa.