No início, quando apenas vendia Model S e Model X, o que lhe permitia transaccionar cerca de 100.000 unidades por ano, a Tesla recorreu a um estratagema para transformar cada cliente num vendedor ao serviço da marca. Como seria de esperar, este tipo de dedicação tinha de ser compensado e era-o, com um determinado crédito, ou prémio, por cada novo cliente que desse um código de outro cliente. Este podia ser um amigo, um conhecido ou até mesmo alguém que o tivesse ajudado a escolher um novo Tesla.

O sistema de “referral”, ou de referência, descarrilou para a marca americana com a introdução do Model 3, que no final deste ano deverá atingir um ritmo de produção de 500.000 unidades por ano, o que significa que o número de referências potencialmente quintuplicou.

Se juntarmos a popularidade de determinados youtubers, bloggers e até de alguns jornalistas americanos, por exemplo, é fácil perceber que surgiram clientes que tiveram direito a 3 Roadster, assim que a Tesla o começar a entregar ao público, no valor de 250.000 dólares cada, sendo que mais de 80 vão receber pelo menos um Roadster. A medida parecia excelente, para quem assim garantia grandes descontos, ou um ou mais veículos grátis, mas o esforço passou a ser considerado excessivo para as finanças da Tesla, que tratou de suspender o programa.

Agora, a pedido dos clientes, o “referral” regressa um mês depois de ter sido suspenso, mas de forma mais equilibrada, interessante para uns, sem ser suicida para outros. Em vez de um determinado desconto num novo Tesla, os novos clientes que referenciem um antigo cliente, recebem ambos 1.000 milhas (1.609 km) de energia gratuita na rede de superchargers da marca. E, além disso, candidatam-se a ganhar um dos novos Model Y ou Roadster, ambos na versão mais cara, a Founders Series, que serão sorteados em cada trimestre. Os clientes dos Model S e X adquiridos até 2018, que já têm energia gratuita, têm o dobro da probabilidade de serem contemplados no sorteio.

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