Uma torre, uma janela ou um abrigo são algumas propostas que dez artistas portugueses desenvolveram para a 2ª edição do Desencaminharte, o programa que promove o património construído, cultural e natural da região do Alto Minho através da arte.

Fernanda Fragateiro, FAHR 021.3, depA, STILL urban design + Miguel Seabra, Dalila Gonçalves, Pablo Pita, André Banha, Barão-Hutter, João Mendes Ribeiro e Gabriela Albergaria aceitaram o desafio de descentralizar a arte dos grandes centros urbanos, possibilitando novos percursos pedestres através de obras artísticas. Nos municípios de Arcos de Valdevez, Caminha, Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Valença, Viana, Vila Nova de Cerveira a paisagem foi intervencionada com peças de arte e arquitetura, “num diálogo entre o território, a arte, a cultura e a população”.

“Foram selecionados com os municípios lugares afastados dos centros urbanos com interesse paisagístico e histórico. Depois convidámos dez artistas ligados à arquitetura, às artes plásticas e à escultura, de diferentes gerações e com diferentes percursos, a desenvolver peças sob o tema ‘leitores de paisagem’, explica Hugo Reis, coordenador do projeto, em entrevista ao Observador.

Desde o final do ano passado que as obras têm sido concluídas e a intenção é que estejam expostas permanentemente. “A ideia é criar um mapa, uma espécie de constelação do Alto Minho, que pode ser visitado de múltiplas formas, numa aproximação sempre diferente”, sublinha o responsável.

A edição de 2018 do Desencaminharte ficou oficialmente concluída com a estreia de um filme de Miguel C. Tavares, “uma construção visual e sonora a partir das obras realizadas”, cuja exibição pública e a presença em festivais são uma possibilidade. A fechar o evento esteve também a apresentação do livro Arte aplicada ao Lugar – Desencaminharte 2018, “um catálogo de apresentação de resultados que pretende ser uma viagem pelo território e uma reflexão sobre as premissas lançadas”. Laura Castro, Mariana Pestana e Valter Hugo Mãe escreveram ensaios que complementam o registo fotográfico de Filipa Frois Almeida, o resultado está a caminho da segunda edição e pode ser adquirido nas bibliotecas dos dez municípios do Alto Minho.

Segundo Hugo Reis o feedback “tem sido muito positivo”, quer por parte dos municípios, juntas de freguesia, população e instituições académicas. “Agora é tempo do projeto respirar”, diz, adiantando que ainda não existem datas fechadas para uma terceira edição do Desencaminharte.

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