A alta representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, Federica Mogherini, garantiu esta quarta-feira, em Maputo, que vai continuar a acompanhar o processo de aplicação do acordo de paz em Moçambique.

“Eu deixo Moçambique com o coração cheio de esperança e confiante que a UE e o povo europeu continuarão a acompanhar Moçambique na implementação deste acordo”, afirmou Federica Mogherini.

A alta representante da União Europeia falava momentos após ser recebida em audiência pelo chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, na Presidência da República, em Maputo.

Além de apoiar o país na consolidação da paz com 50 milhões de euros, um valor já anunciado, Federica Mogherini disse que a UE tem interesse em destacar uma equipa de observadores para acompanhar as eleições gerais de 15 de outubro.

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“Será extremamente importante garantir um ambiente de eleições inclusivas e transparentes”, declarou Federica Mogherini, que esteve em Moçambique para acompanhar na terça-feira a assinatura do acordo entre o chefe de Estado e o líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Ossufo Momade.

O Acordo de Paz e Reconciliação Nacional assinado é o terceiro entendimento entre as duas partes, uma vez que, além do Acordo Geral de Paz de 1992, que acabou com uma guerra civil de 16 anos, foi assinado em 5 de setembro de 2014 o acordo de cessação das hostilidades militares, que terminou, formalmente, com meses de confrontos na sequência de diferendos sobre a lei eleitoral.

Dia histórico para Moçambique: Presidente e líder da Renamo assinam acordo de paz

Após a assinatura do acordo de 2014, o braço armado da Renamo e as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas voltaram a envolver-se em confrontos, na sequência da recusa do principal partido da oposição em reconhecer os resultados das eleições gerais.

No encontro com chefe de Estado moçambicano esta quarta-feira em Maputo, a alta representante da União Europeia também debateu o apoio da UE à reconstrução após a passagem de dois ciclones, em março e abril, no centro e norte do país, respetivamente, além de analisar o estado da cooperação entre Moçambique e UE em diversos setores.