O festival internacional de cinema de Berlim arranca esta quinta-feira com menos filmes do que em edições anteriores, mas com a promessa de “mais espaço para a diversidade”, assegura a dupla Mariette Rissenbeek e Carlo Chatrian, que se estreia na direção.

A 70.ª edição da Berlinale exibe, durante 11 dias, 342 filmes nas diferentes secções, menos 58 do que no ano passado. Não há trabalhos portugueses entre os 18 finalistas na competição oficial, mas sim dois atores.

Na corrida para o Urso de Ouro estão os filmes “Todos os mortos”, produção brasileira dirigida por Caetano Gotardo e Marco Dutra, em que participa a atriz portuguesa Leonor Silveira, e “Berlin Alexanderplatz”, do realizador alemão Burhan Qurbani, com o ator luso-guineense Welket Bungué como protagonista.

“A Metamorfose dos Pássaros”, de Catarina Vasconcelos, terá estreia mundial na recém-criada secção competitiva Encounters (Encontros), e a artista Filipa César apresenta o seu filme “Quantum Creole” (“Crioulo Quântico”), uma coprodução entre Alemanha, França, Portugal e Espanha, no Forum Expanded (Fórum Expandido).

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O Berlinale Talents conta com três portugueses: a designer de som Joana Niza Braga (que trabalhou em filmes como “Variações”, “Colour Out of Space” e “Free Solo”, que venceu o Óscar para Melhor Documentário em 2019), o realizador e argumentista José Magro (que criou as curtas-metragens “Viagem”, “Letters from Childhood” e “Rio entre as Montanhas”), e o realizador e editor Paulo Carneiro (de “Bostofrio”).

Apesar de a maioria das secções serem este ano dirigidas por mulheres, depois de uma reestruturação do festival, apenas seis dos 18 filmes da competição oficial são assinados por realizadoras, menos um do que no ano passado.

A direção do festival afasta a sua conotação política, mas a edição deste ano ficou marcada pela descoberta das ligações do seu fundador ao nazismo. Uma investigação do jornal Die Zeit concluiu que Alfred Bauer ocupou um cargo de topo no partido de Hitler. O prémio com o seu nome foi retirado desta 70.ª edição.

A disputar o Urso de Ouro estão, entre outros, filmes que recordam o genocídio no Camboja (“Irradiés”, de Rithy Panhe) e a escravatura no Brasil (“Todos os Mortos”).

“The Woman Who Ran”, do coreano Hong Sangsoo, “Effacer l’historique”, produção franco-belga de Benoît Delépine e Gustave Kervern, “Days”, do realizador de Taiwan Tsai Ming-Liang, “The Roads Not Taken”, da britânica Sally Potter (com Javier Bardem, Elle Fanning, Salma Hayek e Laura Linney), e “There Is No Evil”, do iraniano Mohammad Rasoulof, são alguns dos filmes da competição oficial, todos eles em estreia mundial. É também o caso da nova longa-metragem do norte-americano Abel Ferrara, “Siberia”, uma coprodução entre Itália, Alemanha e México, que conta com o ator Willem Dafoe, como protagonista.

A ministra alemã da Cultura e Media, Monika Grütters, e o autarca de Berlim, Michael Müller, assim como os dois diretores do festival, vão marcar a abertura da Berlinale. Na gala, que decorre esta quinta-feira, vai ser apresentado o júri, liderado pelo ator Jeremy Irons.

Portugal volta a marcar presença no Mercado Europeu do Filme (EFM) com um stand do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA). A Portugal Film Comission estará representada no EFM no stand do ICA e marca presença no Landmark, no dia 24, com uma apresentação do país, enquanto destino de filmagens.

A 70.ª edição da Berlinale começa esta quinta-feira e termina a 1 de março.