O sistema bancário timorense “perdeu” no primeiro trimestre do ano depósitos de clientes no valor de quase 37,5 milhões de dólares (33,2 milhões de euros), uma queda de cerca de 3,6% face ao final de 2019.

Em termos de créditos, o valor total do sistema desceu cerca de 0,3% para 230,5 milhões de dólares (203,96 milhões de euros), segundo dados oficiais obtidos pela Lusa.

Os balanços consolidados das cinco entidades bancárias que operam em Timor-Leste, a que a Lusa teve acesso, mostram que no final do primeiro trimestre do ano os cinco bancos comerciais que operam no país tinham depósitos no valor de cerca de mil milhões de dólares (884,96 milhões de euros).

O BNU, sucursal da Caixa Geral de Depósitos, era no final de março a entidade bancária em Timor-Leste com maior valor de depósitos de clientes, com uma quota de 36% do mercado, menos um ponto percentual face ao final de 2019.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Em concreto, o Banco Nacional Ultramarino (BNU) tinha em depósitos de clientes cerca de 364,6 milhões de dólares, menos 6,1% do que os 388,31 milhões de dólares (357,52 milhões de euros) registados no final de 2019.

No que se refere a créditos, o BNU registou um aumento de 4,3% para 38,38 milhões de dólares (33,97 milhões de euros), com uma quota de mercado de 16.7%, a terceira atrás do timorense BNCTL (38,1%) e do indonésio BRI (26,6%).

A maior queda em depósitos ocorreu no Banco Nacional de Comércio de Timor-Leste (BNCTL), onde o valor caiu quase 13 por cento para cerca de 110 milhões de dólares (97,33 milhões de euros).

O indonésio Mandiri era no final de março o segundo banco com maior valor de depósitos (cerca de 33%), seguindo-se o australiano ANZ – que trabalha apenas no mercado comercial –, com 16,9%, o timorense BNCTL (10,9%) e o BRI (3%).

Entre os cinco bancos, apenas o ANZ registou aumento nos depósitos de clientes no primeiro trimestre, com um crescimento de 11,5%.

No que se refere aos créditos, o maior aumento ocorreu no ANZ, que cresceu 5,1% – tem 11,4% do mercado – seguindo-se o BNU, onde o aumento foi de 4,3% com uma quota de mercado de 16,7%.

O volume de créditos aumentou ligeiramente (0,4%) no BRI – que tem a segunda maior quota do mercado, de 26,6% – caindo 1,4% no BNCTL (que tem a maior quota do mercado, de 38,1%.

A maior queda ocorreu no indonésio Mandiri onde o volume de créditos recuou 13,6% nos primeiros três meses do ano.

Os dados referem-se ao período imediatamente antes à entrada em vigor do estado de emergência devido à Covid-19, mas já com a economia timorense a sofrer o impacto da crise política adensada devido ao chumbo em janeiro do Orçamento Geral do Estado (OGE). Timor-Leste tem estado desde aí em duodécimos.